São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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ANÁLISE

Presidenciáveis preferem a superfície a ideias concretas

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

José Serra agiu e foi recebido como se estivesse em casa, Dilma Rousseff foi perfeita tecnicamente e Marina Silva apelou para o tom emocional no encontro dos presidenciáveis na CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Ao final, o empresariado avaliou que o tucano se saiu melhor, a petista cumpriu seu papel de defender o governo e a candidata verde ganhou a simpatia da plateia.
Nenhum deles, porém, apresentou uma lista de propostas concretas ao gosto dos empresários. Ficaram mais na superfície, nas frases de efeito ou em promessas pontuais aqui e ali.
Tudo somado, Serra foi o mais aplaudido dos três ao engrossar críticas frequentes da indústria. Um tom calculado diante da necessidade de bater no governo Lula depois que as pesquisas eleitorais o trouxeram empatado com a petista.
O tucano estava mais à vontade entre os empresários. Falou de improviso, ao contrário das duas candidatas, fez brincadeiras e buscou mostrar intimidade com os presentes.
Tão logo Serra encerrou sua exposição, quando Dilma e sua equipe já estavam fora do prédio, empresários comentavam que ele havia se saído melhor. Alguns não escondiam o sorriso no rosto.
Escolhida por sorteio para ser a primeira expositora, Dilma seguiu um roteiro escrito na fala inicial. Começou séria, mas se soltou na fase de perguntas.
Buscou agradar aos empresários ao dizer que se comprometia a fazer a "reforma das reformas", a tributária, mas tanto quanto Serra não entusiasmou os presentes nesse tópico por ser muito genérica.
Última a falar, Marina foi recebida inicialmente com frieza por um auditório já um pouco esvaziado e com uma plateia que não simpatiza com os entraves da área ambiental a investimentos.
Tanto que, ao arriscar uma brincadeira, ficou sem graça ao não sentir reação. Havia brincado que não perguntaria do que os empresários tinham fome naquele horário, perto das 14h.
Depois, conseguiu descontrair o ambiente com seu estilo direto. Ao final, tentou conquistar alguns votos pela emoção. "No primeiro turno, a gente vota com o coração. No segundo, a gente se desvia do pior", arrancando aplausos dos empresários.


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