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Lula pode vetar 7,7% dos aposentados e dar abono
Mantega afirma que presidente ainda não decidiu se vai vetar o reajuste
Segundo ministro Paulo Bernardo, o governo estuda conceder um abono de 6,14%, índice proposto inicialmente
EDUARDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Se o reajuste de 7,7% para
as aposentadorias acima de
um salário mínimo for realmente vetado por Lula, o governo deverá conceder um
abono de 6,14% neste ano
para esses aposentados e
pensionistas do INSS, reafirmou ontem o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento).
No entanto, a decisão sobre o veto a essa parte do projeto aprovado pelo Congresso ainda não foi tomada.
"O presidente ainda não
decidiu se vai vetar [o reajuste] ou não", disse o ministro
Guido Mantega (Fazenda),
que ressaltou que uma eventual alteração deverá ser feita
via medida provisória.
Segundo Paulo Bernardo,
em caso de veto, a opção será
a concessão de um abono de
6,14% para os aposentados,
percentual equivalente ao índice de reajuste proposto inicialmente pelo governo.
"Além de fazer a sugestão
de veto, oferecemos [ao presidente] a alternativa de recompor os 6,14% como abono", disse Bernardo.
"Nossa consultoria jurídica disse que se houvesse apenas uma alteração no índice
de reajuste poderia haver
contestação", completou.
Antes das votações na Câmara e no Senado, o presidente Lula havia autorizado
um aumento de até 7% para
os aposentados, mas, para o
ministro, o percentual agora
está descartado porque não
houve entendimento entre
congressistas e governo.
"O presidente autorizou,
caso houvesse acordo, que
fechássemos [o reajuste] em
7%. Como não houve acordo
e foram para o tudo ou nada,
não temos responsabilidade
sobre isso", disse Bernardo.
O presidente Lula tem
quinze dias úteis para sancionar ou vetar o projeto, a
partir da data em que o texto
aprovado pelo Congresso
chegar ao governo.
Caso ele tenha sido enviado ontem, o prazo se encerraria no dia 17 de junho. Os ministros da área econômica já
dão como certo pelo menos o
veto presidencial sobre o fim
do fator previdenciário.
O instrumento, extinguido
pelo Congresso, funciona como um redutor para quem se
aposenta pelo tempo mínimo
de contribuição.
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