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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Servidores unem expediente e campanha
Ministros, secretários e auxiliares atuam em equipes de Serra e Dilma em horário de trabalho e sem pedir licença
Assessores dizem que sabem separar as duas funções e que a dupla jornada não atrapalha desempenho público
CATIA SEABRA
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
Quarta-feira, dia 16,
11h10min. O presidente da
EBE (Empresa Brasileira de
Energia), Maurício Tolmasquim, e o então secretário de
Meio Ambiente do Estado,
Xico Graziano, debatem eficiência energética num centro de eventos em São Paulo.
Tolmasquim representa a
petista Dilma Rousseff. Graziano, o tucano José Serra.
Defendem seus candidatos
no painel "Energia e sustentabilidade. A visão dos candidatos/partidos sobre o papel
da eficiência energética".
De lá, Graziano corre para
o comitê de Serra, onde engole um sanduíche no almoço.
Tolmasquim volta para o Rio
de Janeiro, sede da EBE, empresa vinculada ao Ministério das Minas e Energia.
Eles são exemplos de colaboradores que se desdobram
entre governo e campanha.
Estão a serviço do candidato,
mas ocupam cargos públicos
e recebem salários pagos pelo contribuinte.
Segundo a assessoria da
EBE, a viagem de Tolmasquim não representou custo
para os cofres públicos e está
"desvinculada do exercício
do cargo". Segundo a assessoria, seu foco está na organização de três leilões previstos para o mês que vem.
Graziano diz que se dedica
em tempo integral ao serviço
público. "Acordo às 6h e trabalho até ficar amarelo. Em
geral, ficou amarelo lá para
as 21h", diz.
A exemplo deles, ministros, secretários e integrantes
dos dois governos fazem jornada dupla por seus candidatos. Foi Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, o responsável pela
montagem da agenda de Dilma na viagem de semana
passada ao exterior.
AGENDA
Segundo a campanha de
Dilma, a agenda foi viabilizada pelos contatos dela com
as lideranças europeias enquanto ex-ministra da Casa
Civil, e não pela influência do
assessor do presidente.
Já o ministro Alexandre
Padilha (Relações Institucionais) é um dos principais articuladores da candidata.
Mas trabalha em horário comercial como articulador do
governo. Há poucos dias, frisou em encontro do Diretório
Nacional do PT que estava
participando na hora do almoço, e havia ido de táxi.
"Não é a primeira vez que
enfrentamos uma eleição, estamos acostumados a separar uma tarefa da outra", diz
Padilha, que garante fazer a
jornada da campanha à noite, em horário de almoço e
nos finais de semana.
LULA NA CAMPANHA
Outro ministro, Franklin
Martins (Comunicação), tem
atuação mais discreta, mas
participa da formulação de
discursos importantes, como
o da convenção que confirmou Dilma candidata.
Na sexta-feira, dia 11, véspera da convenção do PSDB,
o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, representou
Serra no encontro nacional
da indústria da construção,
em Maceió.
A entrada de Lula na campanha acontecerá após a Copa do Mundo. Segundo o
chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, isso vai ocorrer respeitando regras estabelecidas na Lei
Eleitoral, como a que diz que
deslocamentos em viagens
precisam ser reembolsados.
Para evitar problemas de
interpretação da lei, a AGU
(Advocacia-Geral da União)
formulou uma cartilha.
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