São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010 |
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ANÁLISE Lula mantém zelo eleitoral no Nordeste
O que falta em renda e serviços na região "sobra" em eleitores que podem ser alcançados por assistencialismo
FERNANDO CANZIAN DE SÃO PAULO Ao trocar a reunião do G20 no distante Canadá por uma suposta maior atenção às vítimas da tragédia das enchentes no Nordeste, Lula mantém o zelo eleitoral de suas políticas assistencialista e pró-pobre que marcaram seus dois mandatos. O Nordeste é a região onde Lula venceu disparado à frente de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2006. Agora, é onde sua candidata, Dilma Rousseff (PT), lidera muito à frente do também tucano José Serra. Em grande medida efeito da política social lulista, é também no Nordeste onde a renda per capita cresce hoje em ritmo chinês: cerca de 7,5% ao ano. Na média do país, o ritmo é pouco superior a 5% ao ano. Nordeste e Norte ainda são as duas regiões mais pobres do país. Mas é nos Estados nordestinos que se concentram os piores indicadores sociais. Do total de atendidos por redes de água e esgoto às casas que não têm coleta de lixo ou telefones. As imagens de destruição e do rescaldo das enchentes nesta semana expõem a dimensão dessa fragilidade. Mas a relação entre o que ainda falta em renda e serviços no Nordeste é inversa ao que "sobra" em número de eleitores que podem ser facilmente alcançados por políticas de assistencialismo, com claros reflexos eleitorais. Os três mapas ao lado exemplificam o que ocorreu no primeiro turno da eleição de 2006 e o impacto do maior programa social de Lula, o Bolsa Família, nas urnas. O mapa da incidência do atendimento do Bolsa Família é praticamente um "decalque" da votação de Lula na maioria dos Estados do país e nordestinos -onde o presidente obteve entre 56% e 80% dos votos válidos. Além da maior incidência do Bolsa Família, o Nordeste (segundo maior colégio eleitoral) concentra quase 50% das pessoas no país que recebem o salário mínimo ou benefícios previdenciários vinculados a esse rendimento. Ao lado dos assistidos pelo Bolsa Família, é esse o contingente mais beneficiado, em termos proporcionais, no governo Lula. Durante seu mandato, o salário mínimo foi reajustado em 53,4% acima da inflação, recolocando o seu poder de compra no maior patamar em relação à cesta básica desde o distante ano de 1979. Mas, ao lado dos benefícios voltados ao Nordeste, seu esteio eleitoral, Lula criou até aqui quase 13 milhões de empregos formais. E isso, em todo o país. Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Fiscalização faz governo cortar verba de festas juninas Índice |
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