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Fiscalização faz governo cortar verba de festas juninas
União liberou neste ano R$ 23,7 milhões para eventos, contra R$ 45,3 milhões em 2009; órgãos de controle investigam fraudes
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
Tradicionais palanques
eleitorais, as festas juninas
deste ano ganharam pouco
mais da metade dos recursos
federais liberados em 2009.
A redução foi resultado da
pressão dos órgãos de controle, que investigam fraudes
em festas e eventos custeados com verbas do Ministério
do Turismo em todo o país.
Entre maio e 22 de junho
deste ano, o Turismo já liberou R$ 23,7 milhões para prefeituras e ONGs organizarem
eventos em 20 Estados.
No ano passado, foram
R$ 45,3 milhões para 14 Estados fazerem quadrilhas, São
João e arraial, segundo levantamento da Folha junto
ao sistema de execução orçamentária da União.
Se não houver mais empenhos de recursos este mês, a
economia aos cofres da
União terá sido de 52% em relação ao montante gasto com
festejos juninos em 2009.
Dona do título de "Maior
São João do Mundo", a Paraíba viu os recursos para os festejos juninos despencarem
de R$ 10,6 milhões em 2009
para R$ 3,4 milhões este ano.
Também deixou de receber a visita de dois convidados ilustres: os candidatos
Dilma Rousseff (PT) e José
Serra (PSDB), que cancelaram a presença na festa de
Campina Grande (PB).
INVESTIGAÇÕES
O ministério endureceu as
regras de liberação de verbas
para festas após uma avalanche de investigações conduzidas por diferentes órgãos
de controle do próprio governo, entre eles a Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União), além do Ministério Público Federal.
A medida mais recente foi
promulgada no início deste
mês, cancelando a destinação para eventos de R$ 442,8
milhões, referentes a emendas parlamentares. Deputados federais e senadores estão sendo orientados a realocar esses recursos para obras
de infraestrutura turística.
Os repasses são feitos pelo
Turismo diretamente a prefeituras e ONGs que, para assinar o convênio, precisam
elaborar projeto e ter a proposta de festa aprovada.
"O Ministério do Turismo
tem desenvolvido ao longo
do tempo ações de prevenção e controle. O repasse de
recursos públicos para eventos tem sido limitado por
meio de portarias e outras
medidas. As principais decisões são tomadas em colaboração com a CGU", informou
o Ministério do Turismo.
O ministério afirma ainda
que tem municiado com documentos e informações os
investigadores que apuram
se houve corretagem de
emendas parlamentares, pagamento de propina a quem
autoriza liberação dos recursos públicos e uso de notas
fiscais frias em prestação de
contas.
Colaborou DIMMI AMORA, de Brasília
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