São Paulo, segunda-feira, 26 de julho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Temas polêmicos não são proibidos, diz Marco Aurélio

Para ele, Congresso tratará de pontos deixados fora do programa de Dilma

Assessor do presidente Lula declara que país nunca viveu momento de tamanha liberdade de imprensa como agora

Roosewelt Pinheiro - 31.mar.2010/ABr
Marco Aurélio Garcia em entrevista a rádio, em Brasília

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Às vésperas de se afastar em férias do Planalto para coordenar o programa de governo de Dilma Rousseff (PT), Marco Aurélio Garcia afirma que o texto final deve ser enxuto e que temas polêmicos, como taxação de grandes fortunas e controle social da mídia, devem ficar para depois, nas mãos do Congresso.
Leia trechos da entrevista.

 

Folha - Pontos polêmicos de textos anteriores entrarão no programa final de governo?
Marco Aurélio Garcia -
Só entrarão temas consensuais e com os quais a candidata esteja de acordo. A existência de outros, não consensuais, não significa que sejam proibidos. Eles simplesmente serão abordados no momento devido pela instância devida, que é o Parlamento. O Congresso vai definir, com o perfil que tiver, com uma base governamental que esperamos que seja majoritária.

Então temas como a redução da jornada de trabalho e taxação de grandes fortunas serão discutidos só depois?
Serão discutidos depois, queiramos ou não. Porque são temas de sociedade. Nós temos suficientes temas de unidade para governar bem o país e para construir uma proposta de governo.

E o controle social da mídia?
Quero deixar claro que isso tem reaparecido com uma certa frequência por parte de alguns donos de jornais, televisões e rádios. Esse tema não pode aparecer como uma questão problemática porque não temos nenhuma restrição à liberdade de imprensa no país. Pelo contrário, nós nunca vivemos num clima de liberdade de imprensa comparável.
Quem tiver dúvida sobre isso que veja como um governo que tem mais de 80% de popularidade é tratado por uma imprensa que o destrata com mais de 80% [do noticiário]. A única censura que os meios de comunicação podem sofrer é de leitores, ouvintes e telespectadores.

Então será um programa genérico, evitando polêmicas?
Não vai ser genérico. Queremos que seja um documento curto, porque um documento curto será lido por milhões de brasileiros e brasileiras. Um documento longo poderá fazer a alegria dos acadêmicos, dos jornalistas, mas não vai cumprir sua função. Nós pensamos em uma espécie de compromissos da Dilma com o Brasil.

Inclui a proposta de reforma?
A candidata tem defendido a necessidade de reforma política, provavelmente nós vamos definir critérios gerais para ela. Eu acho que seria positivo uma constituinte especifica. Apesar de ter ressonância no grupo, eu não gostaria de ser peremptório.


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