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Paulo Preto faz representação contra Dilma por "calúnia"
Ex-diretor da Dersa diz ter sido ofendido pela candidata em debate na TV
Engenheiro também vai entrar com ação contra Celso Russomano, que o acusou de ter dinheiro nas meias ao ser preso
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
O ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de
Souza, conhecido como Paulo Preto, representou ontem
à Justiça Eleitoral contra a
petista Dilma Rousseff.
O engenheiro a acusa de
crime de calúnia por ter afirmado na TV que ele arrecadou ilegalmente e sumiu com
um caixa dois de R$ 4 milhões destinados à campanha de José Serra (PSDB).
Segundo o advogado José
Luis Oliveira Lima, as afirmações de "Dilma Rousseff ultrapassaram os limites do debate eleitoral e atingiram a
honra do meu cliente".
A representação reproduz
a fala da candidata no debate
da TV Bandeirantes, em 10
de outubro, no qual ela afirma que Souza, a quem chama de "assessor" de Serra,
"fugiu com quatro milhões"
da campanha do tucano. A
petista, porém, não fez nenhuma referência à fonte da
denúncia: uma matéria publicada pela revista "IstoÉ",
na qual dirigentes tucanos
fazem tal afirmativa. Alguns
deles depois se retrataram.
Diz a representação que
Souza "nunca praticou qualquer espécie de apropriação
de valores, nunca empreendeu fuga, nunca foi assessor
de José Serra", o que configura crime de calúnia. O Código
Penal prevê penas de até dois
anos de prisão e multa.
Na ação há o pedido de aumento de um terço da pena
porque o crime teria ocorrido
"na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite
a divulgação da ofensa", como prevê o Código Eleitoral.
O advogado diz que nesta
semana vai ajuizar queixa-crime contra o deputado Celso Russomano (PP-SP) por
declarações que ele deu às
revistas "IstoÉ" e "Época" sobre a prisão de Paulo Souza.
Ele foi detido pela Polícia
Civil em 12 de junho numa
joalheria de São Paulo para
dar explicações sobre um
bracelete de brilhantes que
havia sido roubado e que ele
então levou para avaliação.
Russomano disse que Souza
fez pressão política para deixar a delegacia, na qual ficou
preso por dois dias, e que tinha dinheiro nas meias: "As
afirmações do deputado não
são verdadeiras", diz Lima.
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