São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 2010

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Congresso tem profusão de leis que prestam apenas homenagens

Nova norma fixa critérios para a criação dos dias e anos festivos

JOHANNA NUBLAT
FLÁVIA FOREQUE

DE BRASÍLIA

Oito leis foram publicadas no "Diário Oficial" da União no último 13 de abril. Sete tinham o único objetivo de prestar homenagens.
Nesta data, o aeroporto de Marabá (PA) passou a se chamar João Correa da Rocha, e a refinaria de petróleo em Pernambuco, Abreu e Lima. Rodovias foram batizadas no Ceará, no Rio Grande do Sul, em Goiás e em Minas Gerais.
Essa edição do diário exemplifica o que se tornou praxe no Legislativo: aprovar leis que dão nome a rodovias, criam datas nacionais e reconhecem heróis.
Elas passam pelo rito normal -aprovadas em comissões na Câmara e no Senado, avaliadas no governo e sancionadas pelo presidente.
Tentando evitar a prática, uma nova lei fixou critérios para criar datas festivas.
"A proposição de data comemorativa será objeto de projeto de lei, acompanhado de comprovação da realização de consultas e/ou audiências públicas a amplos setores da população", estabelece a norma.
Neste ano, as homenagens representaram 28,6% das leis ordinárias sancionadas pela Presidência -descontando-se as leis que só fazem aditivos ao Orçamento.
O percentual, provisório, é o mais alto dos últimos 16 anos. Levantamento da Folha mostra que o número de leis que fazem homenagem passa de 15% do total das leis ordinárias desde 2005.
A profusão de leis, parte delas "irrelevante", diz o professor da UnB Mamede Said Filho, se explica pela concentração no Executivo das iniciativas de lei mais importantes.


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