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Presidente convenceu senador em viagem ao Uruguai
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
A candidatura Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista foi selada em um avião
-mais especificamente, no
dia 1º de março, quando, ao
lado de Lula, ele foi prestigiar
a posse de Pepe Mujica como
chefe de Estado do Uruguai.
Naquele dia, o presidente
tinha, além da missão oficial,
a tarefa de convencer Mercadante a abdicar de uma provável reeleição ao Senado em
nome de um palanque para
Dilma Rousseff (PT) no maior
colégio eleitoral do país.
Mercadante, que não costuma negar um pedido de Lula, não fez diferente naquela
ocasião e desembarcou no
Brasil como candidato do PT
ao Palácio dos Bandeirantes.
A trajetória política de Lula perpassa de forma determinante a de Mercadante. Os
dois se conheceram nos anos
70, quando o senador se envolveu com o sindicalismo.
Em 1994, foi vice de Lula
que, à época, disputava a
Presidência pela terceira vez.
Ambos foram derrotados pelo tucano Fernando Henrique Cardoso. Em nome da
oposição ao PSDB, Mercadante, economista pela USP
e pós-graduado pela Unicamp, criticou o Plano Real.
Em 2002, quando Lula foi
eleito, Mercadante foi o senador mais votado da história
do país -com 10,5 milhões
de votos. Mas no PT ele não é
uma unanimidade. Tem fama de irritadiço, teimoso e
arrogante. Quem o defende
diz que ele é obstinado.
Descrito por amigos como
um homem intuitivo e sensível, Mercadante gosta de ouvir MPB, devora um romance
por semana e adora cavalos.
Casado há 27 anos e pai de
dois filhos, perdeu a primeira
mulher vítima de câncer.
PASSADO E FUTURO
Após a derrota para José
Serra (PSDB) na disputa ao
governo em 2006, numa
campanha marcada por dossiês contra adversários -o
escândalo dos aloprados-,
Mercadante se lança agora
na tentativa de assumir a liderança do PT-SP.
Ao renunciar à vaga no Senado, abriu espaço para Marta Suplicy -que, como ele,
sonha com a disputa à prefeitura paulistana em 2012.
Se o senador se eleger, a
questão estará resolvida. Se
perder, poderá ter dado de
bandeja o mandato no Senado e o espaço político para
sua adversária.
Colaborou ANA FLOR, de São Paulo
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