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Cabral se lança após pacote de bondades
Governador do Rio, que terá candidatura confirmada hoje pelo PMDB, diz que medidas são tomadas desde 2007
Uso da máquina pública é apurado; iniciativas incluem antecipação de 13º salário de servidor e repasse a prefeituras
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho
(PMDB), a ser confirmado
hoje em convenção de seu
partido como candidato à
reeleição, vem promovendo
uma série de iniciativas com
potencial eleitoral voltadas
para prefeitos e servidores
públicos.
O pacote de bondades inclui explosão de novos convênios para obras em cidades
do interior e antecipação de
13º salário de servidores.
O governo do Estado afirma que todas essas medidas
foram tomadas desde 2007,
mas ampliadas ano a ano como resultado do ajuste fiscal
feito pela administração.
Ao mesmo tempo em que
acena a prefeitos, ele acelera
o ritmo de inaugurações. A
medida chamou a atenção do
Ministério Público, que apura uso da máquina pública.
O Ministério Público pediu
ao governo lista das viagens
deste ano do governador, e
fiscais do Tribunal Regional
Eleitoral gravaram inaugurações nas últimas semanas.
Mesmo sendo o principal
cabo eleitoral nas eleições
municipais, Cabral não teve
bom desempenho no interior
e busca melhorá-lo.
Neste ano, o governo acelerou convênios. A Secretaria
de Estado de Obras assinou
128 acordos garantindo R$
344 milhões aos prefeitos, segundo levantamento do gabinete do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB). O
valor representa 59% do total
prometido aos prefeitos nos
três anos de governo.
Além de obras, Cabral
atendeu a apelo que vinha
sendo feito há seis anos.
O governador repassou às
cidades R$ 386 milhões, em
cinco anos, referente a multas e juros sobre ICMS e IPVA.
Dois acenos foram feitos
aos servidores públicos. Cabral antecipou metade ou todo o 13º salário para julho e
enviou à Assembleia Legislativa proposta de reajustes de
até 70% para 12 categorias,
aprovadas em parte na quinta. A medida tem impacto de
R$ 400 milhões neste ano e
R$ 800 milhões em 2011.
OUTRO LADO
O governador afirmou que
as iniciativas que beneficiam
funcionários públicos só foram tomadas após o ajuste
fiscal e negou que elas tenham caráter eleitoral.
"É claro que, cada vez que
você saneia as contas, vai
reorganizando o Estado. Será
que a agência Standard and
Poor's deu o investiment grade para o Rio no dia 30 de
março deste ano porque queria me ajudar a me eleger?"
Foi esse ajuste fiscal que
permitiu, segundo o governo, o repasse de parte das
multas de ICMS e IPVA às
prefeituras.
Em relação à antecipação
do 13º salário, o governador
disse ser comum "em várias
empresas e instituições públicas". O governo afirma
ainda que antecipou o benefício em anos anteriores.
Sobre a concentração de
convênios com prefeitos em
2010, o governo disse que antes priorizava a conclusão de
obras paralisadas de gestões
passadas e agora pode "direcionar recursos para a realização de novos convênios".
Já a operação tapa-buraco
foi pedida pelas prefeituras
após as chuvas deste ano.
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