São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Cabral se lança após pacote de bondades

Governador do Rio, que terá candidatura confirmada hoje pelo PMDB, diz que medidas são tomadas desde 2007

Uso da máquina pública é apurado; iniciativas incluem antecipação de 13º salário de servidor e repasse a prefeituras

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), a ser confirmado hoje em convenção de seu partido como candidato à reeleição, vem promovendo uma série de iniciativas com potencial eleitoral voltadas para prefeitos e servidores públicos.
O pacote de bondades inclui explosão de novos convênios para obras em cidades do interior e antecipação de 13º salário de servidores.
O governo do Estado afirma que todas essas medidas foram tomadas desde 2007, mas ampliadas ano a ano como resultado do ajuste fiscal feito pela administração.
Ao mesmo tempo em que acena a prefeitos, ele acelera o ritmo de inaugurações. A medida chamou a atenção do Ministério Público, que apura uso da máquina pública.
O Ministério Público pediu ao governo lista das viagens deste ano do governador, e fiscais do Tribunal Regional Eleitoral gravaram inaugurações nas últimas semanas.
Mesmo sendo o principal cabo eleitoral nas eleições municipais, Cabral não teve bom desempenho no interior e busca melhorá-lo.
Neste ano, o governo acelerou convênios. A Secretaria de Estado de Obras assinou 128 acordos garantindo R$ 344 milhões aos prefeitos, segundo levantamento do gabinete do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB). O valor representa 59% do total prometido aos prefeitos nos três anos de governo.
Além de obras, Cabral atendeu a apelo que vinha sendo feito há seis anos.
O governador repassou às cidades R$ 386 milhões, em cinco anos, referente a multas e juros sobre ICMS e IPVA.
Dois acenos foram feitos aos servidores públicos. Cabral antecipou metade ou todo o 13º salário para julho e enviou à Assembleia Legislativa proposta de reajustes de até 70% para 12 categorias, aprovadas em parte na quinta. A medida tem impacto de R$ 400 milhões neste ano e R$ 800 milhões em 2011.

OUTRO LADO
O governador afirmou que as iniciativas que beneficiam funcionários públicos só foram tomadas após o ajuste fiscal e negou que elas tenham caráter eleitoral.
"É claro que, cada vez que você saneia as contas, vai reorganizando o Estado. Será que a agência Standard and Poor's deu o investiment grade para o Rio no dia 30 de março deste ano porque queria me ajudar a me eleger?"
Foi esse ajuste fiscal que permitiu, segundo o governo, o repasse de parte das multas de ICMS e IPVA às prefeituras.
Em relação à antecipação do 13º salário, o governador disse ser comum "em várias empresas e instituições públicas". O governo afirma ainda que antecipou o benefício em anos anteriores.
Sobre a concentração de convênios com prefeitos em 2010, o governo disse que antes priorizava a conclusão de obras paralisadas de gestões passadas e agora pode "direcionar recursos para a realização de novos convênios".
Já a operação tapa-buraco foi pedida pelas prefeituras após as chuvas deste ano.


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