São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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Dilma diz que acusação de Serra é prova de "desespero"

Petista defende, porém, investigação sobre as quebras de sigilo na Receita

PSDB tenta reeditar o que ocorreu em 2006, quando o escândalo dos aloprados garantiu o 2º turno presidencial


DE SALVADOR
DE SÃO PAULO
DO ENVIADO A MARINGÁ (PR)

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o rival José Serra (PSDB) cometeu "calúnia" ao atribuir a ela a responsabilidade sobre o vazamento dos dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB.
"É uma acusação sistemática que ele [Serra] tem feito e que somente prova o desespero [da campanha tucana]", afirmou a candidata em Salvador (BA).
Dilma disse, porém, que defende a investigação. Ela afirmou que o PT pediu à Polícia Federal que investigue os vazamentos na Receita.
"Pode vir crítica, pode vir mentira, pode vir falsidade, que a nossa força está no fato de que nós estamos com a verdade do povo", afirmou a petista à noite, durante comício comício do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, e ao lado do presidente Lula.

PSDB ATACA
Os tucanos consideram Dilma responsável pela quebra de sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e de outras três pessoas próximas a Serra e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em outubro do ano passado, foram impressas as declarações de Imposto de Renda de EJ, do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e de Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima de Serra.
A quebra de sigilo de EJ foi revelada pela Folha em junho. As cópias das declarações do imposto dele (dos exercícios de 2005 a 2009) faziam parte de um dossiê organizado por um "grupo de inteligência" que atuou na pré-campanha de Dilma.

SERRA
Na tentativa de caracterizar a eleição da adversária como uma ameaça às instituições, Serra disse ontem que Dilma deve explicações sobre as violações de sigilo.
Segundo ele, a quebra "é um crime contra a Constituição, com finalidade eleitoral". "É uma transgressão gravíssima [...] É o peso do Estado, do governo entrando na vida privada das pessoas e utilizando informações para finalidades eleitorais, como instrumento de chantagem."
Com a intenção de reeditar 2006 -quando o escândalo dos aloprados foi o empurrão que garantiu o segundo turno presidencial-, a coordenação da campanha do PSDB levou ontem mesmo o caso ao programa de TV.
Candidata do PV à Presidência, Marina da Silva criticou ontem em Maringá o uso informações obtidas por meios ilícitos. "É preciso energia das autoridades, pois se estão bisbilhotando, entre aspas, com arapongagem, a vida das pessoas, tem que haver punição", disse.
(MATHEUS MAGENTA, CATIA SEABRA e JOSÉ MASCHIO)


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