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Dilma diz que acusação de Serra é prova de "desespero"
Petista defende, porém, investigação sobre as quebras de sigilo na Receita
PSDB tenta reeditar o que ocorreu em 2006, quando o escândalo dos aloprados garantiu o
2º turno presidencial
DE SALVADOR
DE SÃO PAULO
DO ENVIADO A MARINGÁ (PR)
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o rival José
Serra (PSDB) cometeu "calúnia" ao atribuir a ela a responsabilidade sobre o vazamento dos dados fiscais de
pessoas ligadas ao PSDB.
"É uma acusação sistemática que ele [Serra] tem feito e
que somente prova o desespero [da campanha tucana]",
afirmou a candidata em Salvador (BA).
Dilma disse, porém, que
defende a investigação. Ela
afirmou que o PT pediu à Polícia Federal que investigue
os vazamentos na Receita.
"Pode vir crítica, pode vir
mentira, pode vir falsidade,
que a nossa força está no fato
de que nós estamos com a
verdade do povo", afirmou a
petista à noite, durante comício comício do governador
da Bahia, Jaques Wagner
(PT), candidato à reeleição, e
ao lado do presidente Lula.
PSDB ATACA
Os tucanos consideram
Dilma responsável pela quebra de sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e de outras
três pessoas próximas a Serra
e ao ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso.
Em outubro do ano passado, foram impressas as declarações de Imposto de Renda de EJ, do ex-ministro Luiz
Carlos Mendonça de Barros,
do ex-diretor do Banco do
Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e de Gregorio Marin
Preciado, casado com uma
prima de Serra.
A quebra de sigilo de EJ foi
revelada pela Folha em junho. As cópias das declarações do imposto dele (dos
exercícios de 2005 a 2009) faziam parte de um dossiê organizado por um "grupo de
inteligência" que atuou na
pré-campanha de Dilma.
SERRA
Na tentativa de caracterizar a eleição da adversária
como uma ameaça às instituições, Serra disse ontem
que Dilma deve explicações
sobre as violações de sigilo.
Segundo ele, a quebra "é
um crime contra a Constituição, com finalidade eleitoral". "É uma transgressão
gravíssima [...] É o peso do
Estado, do governo entrando
na vida privada das pessoas e
utilizando informações para
finalidades eleitorais, como
instrumento de chantagem."
Com a intenção de reeditar
2006 -quando o escândalo
dos aloprados foi o empurrão
que garantiu o segundo turno presidencial-, a coordenação da campanha do PSDB
levou ontem mesmo o caso
ao programa de TV.
Candidata do PV à Presidência, Marina da Silva criticou ontem em Maringá o uso
informações obtidas por
meios ilícitos. "É preciso
energia das autoridades,
pois se estão bisbilhotando,
entre aspas, com arapongagem, a vida das pessoas, tem
que haver punição", disse.
(MATHEUS MAGENTA, CATIA SEABRA e JOSÉ MASCHIO)
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