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Ex-reitor da UnB é inocentado em ação por improbidade
Timothy Mulholland era acusado de desviar R$ 470 mil para decorar o apartamento funcional que ocupava
Juiz federal entendeu que gasto foi revertido à fundação universitária; Ministério Público vai recorrer da decisão
DE BRASÍLIA
O ex-reitor da UnB (Universidade de Brasília) Timothy Mulholland foi inocentado pela Justiça Federal
da acusação de improbidade
administrativa.
Em sua denúncia, o Ministério Público Federal acusava o ex-reitor de desviar R$
470 mil para decorar, com
móveis e utensílios de luxo,
seu apartamento funcional.
A Justiça Federal, em Brasília, julgou improcedente o
pedido do Ministério Público, que vai recorrer da decisão na próxima semana.
Além de Mulholland, também foi inocentado Érico
Paulo Weidle, decano da administração da UnB. O caso
vai agora ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Na sentença, o juiz federal
Hamilton de Sá Dantas entendeu que os gastos -que
incluem compra de televisão
de 52 polegadas e duas lixeiras de R$ 900-, embora
questionáveis, "acabaram
revertendo integralmente ao
patrimônio da Fundação
Universidade de Brasília".
Segundo a decisão, "não
há como considerar que
constitua ato de improbidade administrativa".
"Se assim fosse, o Ministério Público Federal teria que
ajuizar inúmeras ações contra os administradores e
membros dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
e, até mesmo, do próprio Ministério Público Federal que,
notoriamente, transitam em
carros luxuosos e usam instalações de reis e rainhas",
diz a sentença.
A procuradora Raquel
Branquinho afirma que houve "desvio" de recursos. "O
dinheiro não era para mobiliar o imóvel do reitor, mas
para investir em ensino, pesquisa e desenvolvimento institucional", disse, classificando de "infeliz" a comparação feita na sentença.
CONTESTAÇÃO
No recurso, o Ministério
Público vai contestar a tese
da defesa, que alega que o dinheiro não era público por
ser de uma fundação de
apoio à universidade.
Para o Ministério Público,
porém, dinheiro de fundação
é considerado público e já há
entendimentos nos tribunais
nesse sentido.
O advogado do ex-reitor,
Marcos Joaquim Gonçalves
Alves disse ainda que Mulholland conseguiu provar que
não teve participação na contratação de arquiteta nem na
compra dos artigos luxuosos
para o apartamento.
"Ele tinha outras atribuições. Quem cuidava disso era
o conselho e o decano", afirmou Alves.
Para o advogado, Mulholland venceu, ainda que em
primeira instância, a principal ação do caso.
O ex-reitor responde a outra denúncia do Ministério
Público, por suspeita de formação de quadrilha, peculato e crime de licitação. Também é réu em ação de improbidade por suspeita de desvio de recurso da Fundação
Nacional de Saúde em convênios com a UnB. Ele nega.
Mulholland renunciou ao
cargo em abril de 2008, depois que alunos ocuparam a
reitoria por cerca de duas semanas. Voltou a dar aulas na
UnB no ano passado, quase
um ano após ter deixado a direção da universidade.
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