São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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11 mi passaram fome em 2009, diz IBGE

Percentual de brasileiros que vivem em insegurança alimentar grave diminuiu de 8,2%, em 2004, para 5,8%

Segundo o instituto, cerca de 1 milhão de crianças até quatro anos estavam neste tipo de situação no ano passado

DENISE MENCHEN
DO RIO

Em 2009, 5,8% da população brasileira passou fome em algum momento por não ter recursos suficientes para comprar comida.
Apesar do recuo em relação aos 8,2% de 2004, isso significa que 11,2 milhões de pessoas ainda viviam em situação de insegurança alimentar grave, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quase 1 milhão delas eram crianças até quatro anos.
O tema começou a ser pesquisado em 2004 por meio de um questionário com 14 perguntas sobre a percepção dos moradores a respeito de acesso a alimentos nos três meses anteriores.
Segundo as respostas, o domicílio foi classificado como seguro ou inseguro do ponto de vista alimentar (veja o quadro ao lado).
O conceito de insegurança alimentar grave indica que a falta de recursos para comprar alimentos é tão crítica que afeta as crianças, que sofrem uma ruptura nos padrões de alimentação.
Também ocorre quando algum indivíduo, criança ou não, fica um dia inteiro sem comer por falta de dinheiro -situação que, para o IBGE, caracteriza fome.
No total, o contingente de brasileiros nessa situação recuou 24,8% entre 2004 e 2009, o que representa 3,7 milhões de pessoas a menos.
A insegurança alimentar moderada também sofreu redução, de 30,8%. Já a insegurança alimentar leve, que indica uma preocupação com a possibilidade de os alimentos acabarem antes de a família ter dinheiro para comprar mais, subiu 8,8%, provavelmente inchada pelas famílias que antes sofriam restrição efetiva de alimentos.
Os números mostram que, apesar da prioridade prometida à área pelo governo Lula -e agora por sua sucessora, Dilma Rousseff-, o direito constitucional à alimentação não é integralmente respeitado no país.
Apenas 65,8% da população diz não ter qualquer preocupação em relação ao acesso regular a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. Nos Estados Unidos, são cerca de 85%.
A avaliação do governo, porém, é que o avanço obtido até agora foi significativo. Os 65,8% em segurança alimentar representam 126,1 milhões de brasileiros, contingente 15,5% maior do que o de 2004. No período, a população aumentou 5,5%.
"É um ganho excepcional para um período tão curto. Em cinco anos, as pessoas não só tiveram uma vivência mais positiva de ter acesso ao alimento, como aquela memória dos períodos mais adversos começa a desaparecer", diz o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Rômulo de Sousa.
Ele atribui o resultado ao avanço do emprego, à valorização do salário mínimo, à queda nas disparidades e à expansão dos programas de transferência de renda.


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