São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Serra recusa presidência de conselho

FHC e Alckmin tentaram convencer o ex-governador a encerrar crise sobre funções importantes na Executiva

Em meio às disputas entre as alas aecista e serrista, sigla se reúne hoje em Brasília para definir a nova cúpula


VERA MAGALHÃES
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O ex-governador José Serra não aceitou proposta apresentada ontem pela cúpula de seu partido, o PSDB, de assumir a presidência de um conselho político que será criado pela sigla.
A oferta foi uma tentativa de encerrar o impasse em torno da convenção de hoje, que elegerá a nova executiva nacional tucana, em Brasília.
A negociação se deu em duas frentes. Em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin tentaram convencer Serra a aceitar a proposta, em reunião no apartamento de FHC.
Por volta das 19h, Alckmin e Serra saíram. "Ainda temos alternativas. Até amanhã tudo será resolvido", disse o governador à Folha. Seu antecessor preferiu não falar sobre o assunto.
Em Brasília, a sede da sigla virou um bunker de negociação. Nela, o presidente da legenda -que deverá ser reconduzido- deputado Sérgio Guerra (PE), o senador Aécio Neves (MG) e o ex-senador Tasso Jereissati (CE), fecharam os moldes da oferta que foi levada à Serra.
O conselho teria seis membros, poder na Executiva e estrutura financeira.
A seção paulista também ficaria com a primeira e a segunda vice-presidências. Os cargos caberiam a um serrista (o mais cotado era Alberto Goldman) e um alckmista (o secretário de Planejamento, Emanuel Fernandes).
A secretaria-geral, segundo cargo mais importante, permaneceria com o deputado federal Rodrigo de Castro (MG), aliado de Aécio.
Serra argumentou que o conselho seria figurativo, e reclamou estar sendo "vetado" da presidência do ITV (Instituto Teotonio Vilela).
Na tentativa de justificar o impasse, Aécio e Guerra disseram que, depois da recusa de Serra em aceitar o ITV quando lhe foi oferecido, em fevereiro deste ano, Tasso foi convidado e aceitou o posto.
Tirá-lo seria humilhante, argumentaram. "Ninguém vai construir 2014 agora. Antes temos de passar por 2011, 2012... Temos de nos unir", afirmou Aécio ontem.
Com o impasse, as negociações continuaram durante a noite. Havia receio de que Serra não fosse à convenção. Alckmin havia fretado um jato para a viagem e o lugar de Serra estava reservado.


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