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ANÁLISE
No Brasil, a TV é muito mais importante do que a internet
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
A pesquisa Datafolha coloca ciência numa tese sempre
propagada pelos marqueteiros: a massa de eleitores disponível para ser influenciada
está em frente à TV.
Mesmo antes do levantamento do Datafolha havia indícios fortes da preponderância da TV sobre os outros
meios de comunicação quando se trata de influir no processo eleitoral. Tome-se o caso da candidata pelo PT a
presidente da República, Dilma Rousseff. Ela ultrapassou
a barreira dos 30% das intenções de voto em fevereiro
-justamente quando apareceu de forma hegemônica em
programas do PT.
Em maio, com uma nova
bateria de comerciais petistas a seu favor, Dilma Rousseff empatou tecnicamente
com José Serra (PSDB).
O tucano talvez tenha tirado menos do que poderia das
propagandas televisivas: os
comerciais do PSDB pró-Serra foram transmitidos no
meio da Copa do Mundo.
Estrategistas serristas argumentam que houve um
efeito. As propagandas, mesmo durante o torneio de futebol, sustentaram o candidato
e impediram uma erosão de
sua taxa de intenção de votos
nas pesquisas.
Ontem, no início da noite,
José Serra tinha pouco mais
de 309 mil seguidores no microblog Twitter. Dilma Rousseff vinha a seguir com 128
mil. Marina Silva ostentava a
marca de 110 mil.
Como a internet é um meio
interativo por excelência, a
impressão inicial é que esses
exércitos de seguidores podem fazer a diferença no momento em que o processo
eleitoral esquentar. É sempre
bom para um político ter 100
mil eleitores fazendo campanha de maneira espontânea.
Mas há dois problemas.
Primeiro, só 7% se informam
sobre a eleição na web. Segundo, as mensagens dos
militantes internéticos parecem ser dirigidas só aos que
já decidiram o voto.
Tentar falar com quem ainda está indeciso pode ser
uma estratégia útil na web.
Dos 7% que dizem usar a internet como meio principal
para obter dados dos candidatos, 32% respondem que
ainda podem mudar de opinião. Essa taxa é menor entre
os que usam TV (26%), jornais (28%) e rádio (24%).
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