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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Analista da Receita nega ter acessado dados de EJ
Em quatro horas de depoimento, servidora disse "desconhecer" tucano
Receita investiga acesso "imotivado" do IR; dado constava de um dossiê montado por grupo que trabalhou para Dilma
CLAUDIA ROLLI
ANDRÉA MICHAEL
DE SÃO PAULO
A analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos
Santos Neves Silva, 45, depôs
ontem na Corregedoria da
Receita Federal, em São Paulo, e negou, segundo a Folha
apurou, ter acessado os dados fiscais do vice-presidente
do PSDB, Eduardo Jorge.
No depoimento, que ocorreu das 8h30 às 12h30 na sede da Receita, no centro de
São Paulo, a servidora repetiu o que já havia declarado
por meio do sindicato ao qual
é filiada -o Sindireceita.
Afirmou que não acessou
de forma "imotivada" a declaração de Imposto de Renda de EJ, como o tucano é conhecido, e disse desconhecer
o dirigente tucano.
Em junho, a Folha revelou
que o IR do político constava
de dossiê montado pelo "grupo de inteligência" que
atuou na pré-campanha da
petista Dilma Rousseff.
O Sindireceita e uma das
advogadas da servidora informaram que o caso está sob
sigilo e que não se pronunciariam sobre o depoimento.
"Por dever de ofício, a defesa não irá se pronunciar",
afirmou Carolina Santos, advogada do Sindireceita e da
servidora no processo administrativo disciplinar, no
qual Antonia é investigada
pela Corregedoria.
A advogada disse que Antonia está "tranquila" em relação ao depoimento, porém
abalada por causa da exposição que seu nome e de sua família tiveram na imprensa.
Antonia é investigada, em
processo administrativo disciplinar aberto pelo fisco em
1 º de julho, como suspeita de
ter acessado de forma "imotivada" a declaração de Imposto de Renda de Eduardo
Jorge.
O Sindireceita já pediu esclarecimentos ao secretário
da Receita, Otacílio Cartaxo,
e ao corregedor-geral do fisco, Antônio Carlos Costa d'Ávila Carvalho, para saber por
que razão o nome da servidora "vazou" para a imprensa.
No ofício encaminhado à
cúpula do fisco, o Sindireceita considera que no vazamento de informações sobre
a servidora houve "desvio de
conduta" e que a apuração
da quebra de sigilo é importante porque, "caso a investigada venha a ser inocentada", ela poderá propor "ação
de reparação por danos morais contra a União".
O Sindireceita também pediu à Polícia Federal para
apurar a responsabilidade
pelo vazamento do nome da
servidora da Receita.
Antonia é funcionária do
fisco desde 1995. Era chefe do
escritório do órgão em Mauá
(SP), mas foi exonerada do
cargo no dia 8 de julho, uma
semana depois de passar a
ser formalmente investigada
pela Corregedoria.
O fisco também investiga a
possibilidade de a senha de
Antonia ter sido usada por
outro funcionário sem o consentimento dela.
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