São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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Petista é vendida como "presidenta" em comícios e "presidente" na TV

ANA FLOR
DE SÃO PAULO

"Afinal, ela vai ser presidente ou presidenta?", perguntou Rosane dos Santos, ao deixar um comício em São Paulo, na última semana. A militante se referia ao título que a candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, teria caso eleita. A confusão tem origem no uso, desde o início do ano, nos discursos da candidata, do presidente e de outros aliados, do termo "presidenta". A alteração do gênero da palavra, que na ortografia não tem versão feminina, foi uma forma de reforçar o fato de Dilma ser mulher.
A ideia inicial da campanha era testar o sucesso do "presidenta", usado no Chile para a ex-governante Michelle Bachelet. Mas as pesquisas internas com grupos de eleitores mostraram que a mudança não tinha um impacto significativo a favor da candidata. Como também não havia estranheza ou rejeição, decidiu-se alternar as duas formas. Em eventos como comícios e falas informais, o "presidenta" será bastante usado, em especial por Lula e Dilma. O "presidente" ficará para os programas de TV, discursos para um público mais tradicional e debates.
"Quem decide isso é o povo, tem que usar como quiser e gostar mais", diz o secretário de Comunicação do PT, André Vargas. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, é correto usar tanto "presidenta" quanto "presidente", mas a opção pela forma feminina é desnecessária e incomum. Pasquale Cipro Neto afirma que os dicionários registram "presidenta" como forma possível, não obrigatória.

Colaborou UIRÁ MACHADO, de São Paulo



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