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Procuradoria e CGU criticam garantias em casos de corrupção
Responsáveis por órgãos dizem que excesso de proteção a envolvidos impede punição
DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República e o ministro responsável pelo órgão que fiscaliza
os gastos do governo criticaram os excessos de garantias
que a lei no Brasil prevê para
acusados de corrupção.
Tanto o ministro Jorge Hage (Controladoria-Geral da
União) quanto o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, dizem que há um excesso de garantias aos acusados que, na prática, impede a
punição de envolvidos em
casos de corrupção.
O ministro da CGU já havia
feito críticas semelhantes em
relação aos casos de corrupção revelados pela Polícia Federal envolvendo os governadores do Distrito Federal,
José Roberto Arruda (sem
partido), e do Amapá, Pedro
Paulo Dias (PP).
Arruda foi preso no fim do
ano passado sob a acusação
de atrapalhar o processo que
apurava corrupção em seu
governo -hoje ele está solto.
Já Dias ficou nove dias detido
para que a PF pudesse
apreender documentos e interrogar testemunhas num
inquérito que apura corrupção no governo do Amapá.
Além deles, outros dois inquéritos revelados neste ano
também apuram envolvimento das principais autoridades do Executivo do Tocantins e de Mato Grosso do
Sul em esquemas de corrupção em seus Estados.
O ministro Hage afirmou
que, com a atual legislação, o
Brasil é um dos países que
mais dão possibilidade de
protelações no processo. Por
isso, segundo ele, a maioria
dos casos prescreve deixando impunes os criminosos de
colarinho branco.
"[Isso] leva à ineficácia da
Justiça e alimenta a sensação
de impunidade", afirmou o
ministro Hage.
Já o procurador-geral afirmou que há um "garantismo
exacerbado" da legislação e
pediu mudanças na lei.
"Claro que deve haver a
preocupação com os direitos
daqueles que são acusados
de algum crime, mas é preciso haver uma preocupação
igual com a efetividade da tutela penal", disse.
As declarações foram dadas durante o lançamento de
um convênio entre os dois órgãos para melhorar a fiscalização de recursos federais. A
área criminal do Ministério
Público passará a atuar em
parceria com a área de inteligência da CGU no combate
aos crimes de corrupção.
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