Pré-candidato desqualifica a resposta do país a sua acusação de que é cúmplice do tráfico

DE RECIFE
DA ENVIADA A CHAPECÓ (SC)
DE SÃO PAULO

O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, desconsiderou ontem a reação do governo boliviano, que atribuiu as críticas do tucano ao país a uma provável intenção político-eleitoral.
"Ela [a resposta da Bolívia] tem o valor de uma nota de três reais. Quanto vale uma nota de três reais?", questionou Serra.
"Você acha que o governo boliviano, que coonesta [dá aparência legal] a exportação de droga, cocaína ilegal para o Brasil, vai dar uma declaração: "o José Serra tem razão'? É claro que ele só pode dizer o contrário", afirmou.
O tucano repetiu que a Bolívia, a seu ver, "tem feito corpo mole" no combate ao narcotráfico e defendeu que o Brasil pressione "fortemente" o país, "não pela força, mas pela pressão moral".
Na quarta-feira, o tucano disse que o governo boliviano é cúmplice do tráfico de cocaína para o Brasil.
"Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disso."
Em resposta, o Ministério de Exteriores da Bolívia afirmou que as declarações são "inescrupulosas" e "atribuíveis provavelmente a intenções político-eleitorais".
Ontem, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, também voltou a comentar sobre o assunto.
"O aspecto que eu chamo a atenção é para que haja prudência, porque estadista não faz isso, é incriminar um governo. Isso é uma coisa diferente de dizer que da Bolívia vem droga. Dizer que da Bolívia vem droga é uma coisa, dizer que a responsabilidade é do governo é outra."
A Polícia Federal diz que não é possível saber a origem das drogas apreendidas.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Sem recursos, Marina vê "fuga" de aliados regionais
Índice