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Verde diz que prefere perder a ganhar no "vale-tudo"
GRACILIANO ROCHA
ENVIADO ESPECIAL A GRAMADO (RS)
Estacionada em terceiro
lugar na corrida presidencial, a senadora Marina Silva
(PV-AC) disse que prefere ser
derrotada na eleição a vencer
o pleito "a qualquer preço".
Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada
mostrou a pré-candidata
com 12% das intenções de votos, enquanto os oponentes
José Serra (PSDB) e Dilma
Rousseff (PT) aparecem empatados com 37%.
Ontem, ao discursar em
Gramado, no Rio Grande do
Sul, Marina usou um jogo de
palavras com os verbos ganhar e perder para sustentar
que é melhor a derrota "com
princípios" à vitória abrindo
mão deles.
"Você ganha perdendo
quando, para ganhar, vale
tudo. Você pode perder ganhando quando mantém os
princípios", disse. "Isso não
significa quantidade de votos. Você pode sair maior
mesmo quando você perde."
A pré-candidata enfrenta
dificuldades como a debilidade de palanques estaduais
e a falta de tempo na TV para
crescer nas pesquisas e sobreviver à polarização entre
tucanos e petistas.
Um dia depois de Dilma e
Serra, Marina viajou a Gramado para discursar no Congresso Brasileiro de Secretarias Municipais de Saúde.
Assim como eles, Marina
prometeu tirar do papel a
emenda constitucional 29,
que prevê aumento de investimentos federais na saúde,
sem indicar exatamente de
onde sairiam os recursos.
Mas ela disse que, em sua
proposta, o percentual de
10% da Receita Federal para
o setor seria alcançado gradualmente, e não em um
"passe de mágica".
"Não acredito em mágica,
até porque essa coisa de mágica aparece muito em período de campanha. [Foram] 16
anos em que as pessoas tiveram a oportunidade e não fizeram", disse ela, referindo-se ao período de Fernando
Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.
Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula de 2003 a
2008, a senadora trocou o PT
pelo PV no ano passado para
disputar a Presidência. No
evento dos gestores de saúde, Marina foi mais aplaudida que Serra e Dilma.
A pré-candidata do PV falou sobre sua vida para ilustrar o seu "compromisso"
com a saúde pública.
"O médico olhou para
mim e para minha tia que havia me levado e disse: "Essa
daí já está com a alma no inferno há muito tempo".
Quando vocês falam em acolhimento e em humanização
da saúde, eu tenho um compromisso visceral com isso."
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