São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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PMDB abre mão de aliança com PT no PA e terá nome próprio

Decisão dilui força de palanque de Dilma no Estado; Jader disputará vaga no Senado

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM

Após mais de oito meses de indefinição, o PMDB anunciou que terá candidato próprio ao governo do Pará e não irá se coligar com o PT para apoiar a reeleição da governadora Ana Júlia Carepa.
Ficou definido também que o deputado federal Jader Barbalho, principal líder do PMDB no Estado, tentará voltar ao Senado, do qual chegou a ser presidente.
Em 2001, ele renunciou ao cargo de senador depois de ser alvejado por denúncias de desvios de verbas e de enfrentar uma briga com o senador Antonio Carlos Magalhães (morto em 2007).
Segundo pesquisas de intenções de voto internas do partido, ele tem grandes chances de voltar à Casa.
Se confirmada, a candidatura peemedebista para o Executivo estadual diminui as chances de reeleição de Ana Júlia -que venceu em 2006 depois de se unir com o PMDB no segundo turno.
Dilui também a força do palanque da pré-candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, no Estado que tem sozinho quase a metade da população dos sete Estados da região Norte.
As negociações entre os partidos começaram no ano passado. Nelas, empenharam-se líderes nacionais do PT, como o ex-ministro José Dirceu, que chegou a ir a Belém falar com Jader.
Mas as rusgas acumuladas nos três anos e meio de governo estadual, no qual o PMDB diz ter sido escanteado pelos petistas, e as pesquisas que apontam alto índice de rejeição de Ana Júlia animaram os peemedebistas.
A despeito do anúncio, o PT disse que continuará negociando com o partido. A sigla afirmou que encara com "absoluta normalidade" a possível ruptura e que "não há nenhum desespero".
Em manchete de ontem, o "Diário do Pará", jornal da família Barbalho, informou que o indicado peemedebista para disputar o governo será o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Domingos Juvenil.
Peemedebistas disseram que a indicação demonstra que a ideia de que o próprio Jader se candidataria nunca foi concreta, e sim um "jogo de cena" para demonstrar poder eleitoral.


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