São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

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Serra assumirá conselho político do PSDB

Órgão será criado para acomodar serristas; até a véspera, vice-governador pleiteava instituto que ficou com aliado de Aécio

Principais caciques convenceram Serra a aceitar o cargo com a promessa de que terá voz ativa em decisões

VERA MAGALHÃES
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
GABRIELA GUERREIRO
CATIA SEABRA

DE BRASÍLIA

Depois de uma dura negociação que se estendeu até depois de meio-dia ontem, o ex-governador de São Paulo José Serra aceitou a presidência do Conselho Político do PSDB, órgão que será criado para acomodá-lo.
O conselho terá seis membros, e vai deliberar sobre questões como fusões partidárias, alianças e política de escolha de candidatos.
Na véspera, Serra chegara a recusar a proposta, por considerar o órgão figurativo. Insistia em ter o comando do ITV (Instituto Teotônio Vilela), ligado ao partido, onde teria orçamento próprio e estrutura para dar o tom à oposição ao governo Dilma.
Mas o grupo comandado pelo senador Aécio Neves (MG) e pelo presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), insistiu na indicação do ex-senador Tasso Jereissati (CE) para o posto, e acabou vencendo.
Depois da negociação que se estendeu pela madrugada, os tucanos tentaram demonstrar unidade nos discursos da convenção.
"Apostaram na nossa divisão. Instigaram rupturas. Disseram que o PSDB colocaria projetos individuais acima de nossa responsabilidade com o país", disse Aécio.
O mineiro fez vários elogios ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e saudou a "estatura moral" de Serra, que retribuiu esboçando um sorriso.
Em sua fala, o ex-presidenciável agradeceu os 43 milhões de votos que teve para a Presidência e fez o mais duro discurso contra o governo:
"Aquela que foi eleita governa cada vez menos, e aquele que não foi eleito governa cada vez mais", disse, numa referência à participação do ex-presidente Lula na articulação política.
"Essa é a verdadeira herança maldita do Lula, a volta da inflação e dos escândalos. Uma herança maldita que mais uma vez vai tirando o PT do noticiário político para o policial", disse.
Até chegarem à composição da Executiva, os tucanos gastaram horas em reuniões. Por telefone, Aécio, Guerra, Geraldo Alckmin e FHC tentavam convencer Serra a aceitar o conselho.
Serra, em um hotel, consultava seus aliados mais próximos e só aceitou o convite depois que foi redigido um artigo no estatuto do partido com as atribuições do novo conselho.
Para demonstrar a unidade, os tucanos chegaram todos juntos, em uma van. Serra só se juntou ao comboio na última hora.
Sérgio Guerra foi reconduzido à presidência do PSDB, com o suporte do grupo de Aécio. Outro aecista, o deputado federal Rodrigo de Castro (MG), foi mantido na secretaria-geral da legenda.


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