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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Crise do vice será resolvida, afirma Serra
"Não se preocupem", diz tucano a jornalistas após reiterar que "algumas dificuldades" são normais em política
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, fez apelo ao DEM em defesa da aliança: "A campanha precisa de PSDB e DEM"
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS (SP)
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
O candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, afirmou ontem que a polêmica
sobre a escolha de seu vice é
"normal" e será solucionada
nos próximos dias.
No entanto, ele se recusou
a comentar a reação do DEM
à indicação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), numa
chapa tucana puro-sangue.
"Nós vamos ter um bom
entendimento a respeito disso. É normal em política que,
em certas situações, apareçam algumas dificuldades",
disse, em visita a Santos.
"Não vai ter problema,
não. A gente vai ter uma boa
solução", afirmou ele.
Em tom de ironia, pediu
aos repórteres que não se
preocupassem com o futuro
da aliança, rachada com as
críticas à indicação de Dias.
"Não se preocupem", repetiu, avisando que só responderia sobre futebol.
Apesar das declarações de
Serra, o racha preocupa o
partido. O comando do PSDB
fez ontem um apelo ao DEM,
pois avalia que o impasse pela escolha do vice pode pôr
em risco a candidatura.
"A perpetuação [desse embate] é um risco muito forte
ao equilíbrio das forças que
representamos. A campanha
precisa do PSDB e do DEM",
afirmou o presidente do
PSDB, Sérgio Guerra.
Ele lembrou que os tucanos já apoiam os quatro candidatos do DEM ao governo
(BA, SC, SE e RN).
"O que há de errado em o
PSDB sugerir um nome e
consultar os demais partidos
[aliados]?", questionou.
Segundo Guerra, o partido
considera "natural" o DEM
ter um ponto de vista diferente, mas diz que, "acima de tudo, a preocupação tem que
ser com a vitória". "Serra vai
escolher o vice. É evidente
que ele considera o nome do
Alvaro Dias muito bom."
Após uma conversa com
Serra, Roberto Freire, presidente do PPS, criticou o Democratas: "O DEM pode até
não concordar com o vice,
mas não faz parte da boa política impor veto ao nome".
Ontem à noite, líderes do
DEM se reuniram em São
Paulo, e a intenção era chamar os tucanos para negociar
uma saída. Serra, no entanto,
resistia a participar enquanto
não houvesse solução. Seu
medo, dizem tucanos, é colar
o rosto ainda mais à crise.
SELEÇÃO
Serra falou no intervalo do
jogo do Brasil, que acompanhou na Vila Belmiro, estádio do Santos. Torceu com o
candidato ao governo paulista, Geraldo Alckmin, e os indicados ao Senado, Orestes
Quércia (PMDB) e Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB). Cerca
de 300 pessoas foram convidadas pelo clube, que ofereceu lanche e refrigerante.
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