São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Petistas viam dossiê como ato heroico, diz Mercadante

No Senado, ministro rebateu acusações que o ligam a caso dos "aloprados"

Petista usou parecer de procuradoria para se defender e afirmou que dossiê foi montado por militância do partido

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Diante de uma oposição desfalcada, o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) usou ontem, no Senado, um parecer da Procuradoria-Geral da República para se defender das acusações de envolvimento na compra de falso dossiê contra o tucano José Serra, na campanha pelo governo paulista, em 2006.
Aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos, Mercadante afirmou que a montagem do dossiê foi obra de uma militância com a qual não tinha contato e que via no ato uma "missão heroica" de "destruir a corrupção" e romper uma suposta blindagem midiática.
Segundo a revista "Veja", o petista e ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, um dos envolvidos no caso que ficou conhecido como o escândalo dos "aloprados", afirmou que a compra do dossiê fora avalizada por Mercadante.
Além do parecer, em que é pedido o arquivamento das acusações contra Mercadante, o ministro usou como eixo de defesa a vinculação do retorno do caso ao noticiário à morte do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia.
"Se Quércia estivesse vivo, isso aqui não parava em pé meia hora", disse o ministro.
De acordo com as afirmações de Expedito Veloso publicadas pela "Veja", Quércia teria ajudado a bancar a compra do dossiê em troca de espaço num eventual governo petista.
A presença de Mercadante na comissão tinha como tema oficial a importância da inovação tecnológica na competitividade da economia nacional.
Coube ao senador petista Lindbergh Farias (RJ), no entanto, trazer o caso dos "aloprados" à baila.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), que tratou as declarações de Expedito Veloso como nova "prova testemunhal", foi o principal porta-voz da oposição, mas deixou a sessão cerca de uma hora antes do fim.
Dos 12 membros da oposição na comissão, apenas 5 apareceram. Entre os ausentes, José Agripino (RN) e Demóstenes Torres (GO).
Outro representante da oposição, Cyro Miranda (PSDB-GO) disse a Mercadante que ficou convencido com as explicações.


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