São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Base aliada ameaça se rebelar contra corte de emendas

Dilma sinaliza que não vai prorrogar decreto que libera verbas de orçamentos anteriores -os "restos a pagar"

Na tentativa de acalmar os ânimos, a ministra Ideli Salvatti passa o dia em reuniões com deputados e senadores

Alan Marques/Folhapress
Ministra Ideli Salvatti conversa com senadores no plenário

GABRIELA GUERREIRO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Deputados aliados ameaçaram ontem não votar temas importantes para o governo depois de informados de que a presidente Dilma Rousseff não deve prorrogar o decreto que libera o pagamento de emendas parlamentares de orçamentos anteriores -os "restos a pagar".
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou que Dilma pretende preservar o corte de gastos anunciado em fevereiro -que inclui o pagamento das emendas a deputados- como parte do esforço para controlar a inflação.
"Tenho a convicção de que essa questão econômica deverá ter grande peso na decisão que vem sendo sinalizada de não prorrogação."
Emendas no valor total de R$ 4,6 bilhões perdem a eficácia no dia 30 deste mês, e o desejo dos congressistas é que sejam prorrogadas até o final do ano.
É por meio das emendas que os deputados conseguem levar obras para suas bases eleitorais.
Na tentativa de acalmar os ânimos, Ideli participou ontem de sucessivos encontros para justificar a decisão: "Recebi pedidos [de liberação de emendas] de manhã, à tarde e de madrugada", disse.
Durante almoço com Ideli, líderes aliados disseram que podem paralisar as votações se o decreto não for prorrogado. "Se não for prorrogado é inevitável um mal-estar dessa Casa", resumiu o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).
"Se não prorrogar, não tenho como controlar a base", disse o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O governo teme ainda ser derrotado nas votações da Emenda 29, que regulamenta o dinheiro a ser investido pelos Estados na saúde, e na PEC 300, que cria piso nacional para policiais.


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