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Consultor confirma à PF pedido de propina
Rubnei Quícoli diz em depoimento que firma de filhos de Erenice cobrou comissão para negociar crédito no BNDES
Representante da EDRB
reafirmou no inquérito
que empréstimo só não
saiu porque a empresa
se recusou a negociar
ALINE PELLEGRINI
DE SÃO PAULO
O consultor Rubnei Quícoli, que denunciou um esquema de lobby na Casa Civil,
confirmou ontem em depoimento na Polícia Federal que
recebeu um pedido de propina de Marco Antonio Oliveira, ex-diretor dos Correios.
Depois de mais de seis horas de depoimento na Superintendência da PF em São
Paulo sobre as acusações envolvendo a ex-ministra da
Casa Civil Erenice Guerra,
Quícoli disse que confirmou
as declarações que já havia
feito à Folha.
O consultor confirmou a
presença de Israel Guerra nas
negociações em que buscava
levantar um empréstimo de
R$ 9 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
para um projeto de energia
solar no Nordeste.
Segundo ele, a negociação
foi feita no escritório da Capital, consultoria de lobby da
qual é sócio Saulo, um dos filhos de Erenice, e na qual Israel também atuava.
Erenice deixou o governo
após reportagem publicada
pela Folha na qual Quícoli e
um dos sócios da empresa
EDRB acusam Israel e um assessor de pedirem R$ 240 mil
mais 5% de comissão para
agilizar a liberação de crédito
do BNDES.
Os donos da EDRB, Aldo
Vagner e Marcelo Scarlassara, também foram ouvidos
ontem pela Polícia Federal.
A EDRB não fez os pagamentos. Segundo o consultor, o ex-diretor dos Correios
Marco Antônio Oliveira pediu mais R$ 5 milhões.
"O Marco Antônio me pediu esse valor pra acertar alguma coisa entre eles lá",
disse Quícoli na saída do prédio da Polícia Federal.
Quícoli afirmou que não
teve contato com Israel e
Saulo Guerra, filhos da ex-ministra, antes de ir a Brasília. "Eu não sabia nem quem
era quem em Brasília. A única coisa que eu disse foi que o
Marco Antônio pediu esse dinheiro para poder favorecer
a Dilma, a Erenice e uma parte da campanha", afirmou.
Quícoli afirmou ainda que
tem 50% de participação no
projeto da EDRB do Brasil.
O empréstimo para o projeto da EDRB foi negado pelo
BNDES. Segundo Quícoli, o
projeto só foi barrado porque
a Capital não recebeu o dinheiro para intermediar o
empréstimo.
Quando as acusações foram publicadas, o BNDES informou que o empréstimo foi
negado porque o valor, muito alto, era incompatível com
o porte da empresa. Ainda segundo o banco, o projeto foi
rejeitado pelos 14 superintendentes da instituição.
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