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Reajuste de ônibus cria tensão em campanha de tucano
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
O prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab (DEM), provocou tremores no comando
da campanha alckmista ao
apresentar ontem -mesmo
dia do debate da TV Globo-
uma proposta de Orçamento
que projeta aumento de
R$ 0,20 na tarifa de ônibus
para o ano que vem.
Pela projeção, a tarifa passaria de R$ 2,70 para R$ 2,90.
Kassab tem até a meia-noite
de amanhã para apresentar o
texto à Câmara Municipal.
Mas divulgou o documento
ontem mesmo.
Líder nas pesquisas, o tucano Geraldo Alckmin, soube da iniciativa na tarde de
ontem, enquanto se preparava para o debate da noite entre os candidatos ao governo.
Ouviu calado a notícia.
Vice de Alckmin, o democrata Guilherme Afif também
foi surpreendido com a notícia. E procurou Kassab. No
telefonema, o prefeito alegou
que aquele não era um anúncio, mas o cálculo do total necessário para garantir um
subsídio de R$ 600 milhões
às empresas de transporte.
"O que temos hoje é uma
projeção", diz Kassab.
A notícia surpreendeu
também a cúpula do PSDB.
Ontem, as equipes de José
Serra e de Alckmin tentaram
minimizar o impacto da previsão sobre a campanha, sob
o argumento de que são apenas números e não afetam o
bolso do eleitor.
O gesto, no entanto, alimentou, entre alckmistas,
dúvidas quanto à sinceridade do apoio de Kassab à candidatura do PSDB.
A avaliação é a de que o
projeto poderia ser divulgado na sexta-feira, após sua
entrega à Câmara.
Circula no comando da
campanha de Alckmin a informação de que Kassab admite a hipótese de se filiar ao
PMDB, levando com ele quatro senadores e, pelo menos,
20 deputados de todo o país.
Kassab aposta na eleição
de oito deputados apenas em
São Paulo. Com esse patrimônio, pode se apresentar
como o herdeiro de José Serra
no Estado. A vitória de Alckmin é, porém, um obstáculo
às suas pretensões.
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