São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

No 1º debate, mulher de Roriz não responde perguntas

Weslian acusa Agnelo de defender aborto, e adversário diz que é cristão

Debate foi marcado pelo confronto entre cerca de 200 aliados de Roriz e de Agnelo após chegada de Weslian à TV Globo

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Quatro dias depois de assumir o lugar do marido na corrida pelo governo do Distrito Federal, Weslian Roriz (PSC) esteve pouco à vontade no último debate entre os candidatos que disputam o comando do DF, realizado ontem pela TV Globo.
Esqueceu o assunto de uma pergunta, não respondeu a questionamentos -"tudo vai ter seu tempo e sua hora"- e perdeu quase todos os minutos de um bloco ao procurar uma "cola" sobre gestão pública.
Em seu primeiro debate, Weslian, a mulher do ex-candidato Joaquim Roriz (PSC), fez ataques a Agnelo Queiroz (PT), líder nas pesquisas de intenções de votos.
Ao ser questionada por Agnelo sobre suas propostas para a área de transportes, Weslian preferiu acusar o petista de ser a favor do aborto.
"O senhor foi do partido comunista, que não acredita em Deus, e agora está no PT. O PT expulsou quem é contra o aborto." Agnelo reagiu e disse que, além de ser contra aborto, é "cristão".
Em vários momentos, Weslian citou programas implantados por Roriz nas suas quatro gestões no governo do DF. Ao responder sobre corrupção, a candidata se confundiu e chegou a dizer que iria defender "aquela corrupção". Depois falou que é uma "mulher de princípios".
Roriz renunciou à sua candidatura na semana passada, depois que o Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento da Lei da Ficha Limpa. Diante do impasse da corte, que ficou empatado em 5 a 5 sobre a aplicação da lei neste ano, o candidato colocou a mulher em seu lugar.
O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer contrário ao registro da candidatura de Weslian. Para os procuradores, a candidatura é "escárnio e fraude". Além de Weslian e Agnelo, participaram do debate Eduardo Brandão (PV) e Toninho (PSOL).

CONFRONTO
O debate foi marcado pelo confronto entre militantes aliados da família Roriz e de Agnelo. Cerca de 200 pessoas entraram em confronto logo após a chegada de Weslian aos estúdios da TV Globo, segundo a Polícia Militar.
Os manifestantes jogaram pedras, bandeiras e cabos de madeiras contra os adversários. A PM, que contava com 16 homens, só controlou a confusão após aumentar o efetivo para 30 homens.
Em meio às agressões, o repórter-fotográfico da Folha Alan Marques foi atingido por uma pedra na cabeça e levou sete pontos. Um cinegrafista, um auxiliar de câmera da TV Globo e um policial também ficaram feridos -assim como ao menos três manifestantes de PT e PSC.
Do alto do carro de som, um aliado de Roriz incitava os petistas. "Isso vai acabar quando o PT sair de Brasília."
Em outro carro de som, aliados de Agnelo reagiam. "São provocadores, jogaram bandeiras e cabos. Polícia Militar, peça reforço."
Ninguém foi preso. O capitão Isângelo Senna, da PM, justificou o baixo número de policiais ao afirmar que havia "clima de respeito".


Texto Anterior: Rio Grande do Sul: Com chance de vencer no 1º turno, Tarso evita embate com Yeda e Fogaça
Próximo Texto: Alvo em outros debates, Cabral vai ao ataque
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.