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No 1º debate, mulher de Roriz não responde perguntas
Weslian acusa Agnelo de defender aborto, e adversário diz que é cristão
Debate foi marcado pelo
confronto entre cerca de
200 aliados de Roriz e
de Agnelo após chegada
de Weslian à TV Globo
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Quatro dias depois de assumir o lugar do marido na
corrida pelo governo do Distrito Federal, Weslian Roriz
(PSC) esteve pouco à vontade
no último debate entre os
candidatos que disputam o
comando do DF, realizado
ontem pela TV Globo.
Esqueceu o assunto de
uma pergunta, não respondeu a questionamentos
-"tudo vai ter seu tempo e
sua hora"- e perdeu quase
todos os minutos de um bloco ao procurar uma "cola"
sobre gestão pública.
Em seu primeiro debate,
Weslian, a mulher do ex-candidato Joaquim Roriz (PSC),
fez ataques a Agnelo Queiroz
(PT), líder nas pesquisas de
intenções de votos.
Ao ser questionada por
Agnelo sobre suas propostas
para a área de transportes,
Weslian preferiu acusar o petista de ser a favor do aborto.
"O senhor foi do partido
comunista, que não acredita
em Deus, e agora está no PT.
O PT expulsou quem é contra
o aborto." Agnelo reagiu e
disse que, além de ser contra
aborto, é "cristão".
Em vários momentos,
Weslian citou programas implantados por Roriz nas suas
quatro gestões no governo do
DF. Ao responder sobre corrupção, a candidata se confundiu e chegou a dizer que
iria defender "aquela corrupção". Depois falou que é uma
"mulher de princípios".
Roriz renunciou à sua candidatura na semana passada, depois que o Supremo
Tribunal Federal suspendeu
o julgamento da Lei da Ficha
Limpa. Diante do impasse da
corte, que ficou empatado
em 5 a 5 sobre a aplicação da
lei neste ano, o candidato colocou a mulher em seu lugar.
O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer contrário
ao registro da candidatura de
Weslian. Para os procuradores, a candidatura é "escárnio e fraude". Além de Weslian e Agnelo, participaram
do debate Eduardo Brandão
(PV) e Toninho (PSOL).
CONFRONTO
O debate foi marcado pelo
confronto entre militantes
aliados da família Roriz e de
Agnelo. Cerca de 200 pessoas
entraram em confronto logo
após a chegada de Weslian
aos estúdios da TV Globo, segundo a Polícia Militar.
Os manifestantes jogaram
pedras, bandeiras e cabos de
madeiras contra os adversários. A PM, que contava com
16 homens, só controlou a
confusão após aumentar o
efetivo para 30 homens.
Em meio às agressões, o
repórter-fotográfico da Folha Alan Marques foi atingido por uma pedra na cabeça
e levou sete pontos. Um cinegrafista, um auxiliar de câmera da TV Globo e um policial também ficaram feridos
-assim como ao menos três
manifestantes de PT e PSC.
Do alto do carro de som,
um aliado de Roriz incitava
os petistas. "Isso vai acabar
quando o PT sair de Brasília."
Em outro carro de som,
aliados de Agnelo reagiam.
"São provocadores, jogaram
bandeiras e cabos. Polícia
Militar, peça reforço."
Ninguém foi preso. O capitão Isângelo Senna, da PM,
justificou o baixo número de
policiais ao afirmar que havia "clima de respeito".
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