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Justiça decreta quebra de sigilos bancário e fiscal de tesoureiro do PT
João Vaccari Neto é acusado de desvios na Bancoop; ele nega
DE SÃO PAULO
A Justiça decretou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do tesoureiro do PT João
Vaccari Neto, acusado pelo
Ministério Público de realizar
desvios de recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São
Paulo) para ex-dirigentes da
entidade e campanhas do PT.
Vaccari e outros cinco acusados passaram a ser réus em
ação criminal, segundo a decisão de anteontem da juíza
Patrícia Silva, da 5ª Vara Criminal Central de São Paulo.
Com o despacho da magistrada, Vaccari terá que se defender contra a acusação de
ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato consumado e tentado,
formação de quadrilha e falsidade ideológica, quando
atuou como dirigente da cooperativa habitacional.
A atual diretora da Bancoop Ana Maria Érnica também teve os sigilos bancário
e fiscal quebrados.
Segundo a decisão de Silva, "há relevante suspeita de
envolvimento dos referidos
acusados [Vaccari e Ana Maria] na prática dos crimes
descritos na denúncia".
A juíza, porém, negou o
pedido da Promotoria de que
fosse determinado o sequestro de bens de Vaccari, Ana
Maria e do ex-dirigente da
cooperativa, Tomás Edson
Botelho Fraga.
De acordo com Silva, "não
há indícios suficientes da origem ilícita dos bens".
Vaccari foi um dos dirigentes da cooperativa de 1999 a
2004 e presidiu a Bancoop de
2005 até o início de 2010,
quando assumiu o posto de
tesoureiro do PT.
A denúncia, de autoria do
promotor criminal José Carlos Blat, aponta que a atuação dos réus resultou em desvios de R$ 70 milhões dos cofres da entidade e em prejuízos de R$ 100 milhões aos
cooperados da Bancoop.
A Bancoop não tirou do
papel 19 dos 53 empreendimentos oferecidos aos cooperados, desde que foi criada
para viabilizar a construção
de unidades habitacionais.
O promotor disse que foi
possível identificar nas investigações transferências
de R$ 200 mil para o PT.
O advogado de Vaccari e
Ana Maria, Luiz Flávio Borges D'Urso, afirmou que a denúncia do Ministério Público
é "esdrúxula" e agora os
clientes dele terão oportunidade de provar em juízo que
não cometeram os crimes.
"Desde 2007 até hoje não
foram dadas oportunidades
para que os acusados fossem
ouvidos. Isso fere o direito à
ampla defesa", afirmou.
D'Urso disse que apresentará a defesa dos dois e recorrerá ao Tribunal de Justiça de
São Paulo contra a parte da
decisão que decretou a quebra dos sigilos.
As direções da Bancoop e
do PT negam que recursos da
cooperativa tenham sido
desviados para campanhas
petistas.
A Folha não localizou os
advogados dos outros réus
da ação.
(FLÁVIO FERREIRA)
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