São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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ANÁLISE

Eleitor parece saturado de eleição e não muda voto, indicam estudos e Datafolha

VINICIUS TORRES FREIRE
COLUNISTA DA FOLHA

Entendidos em pesquisas qualitativas dizem há duas semanas que o eleitor parece saturado de eleição. Pelo menos, parece não ter surgido informação recente capaz de abalar as ideias estocadas depois de ano e meio da torrente de informação de campanhas, boatos e imprensa. Os números do Datafolha mal se movem desde o final do primeiro turno. Na última semana, menos ainda.
Houve até alterações maiores na opinião de fatias do eleitorado, porém insuficientes para alterar o resultado geral. De mais curioso, mais da metade dos eleitores de Marina Silva (PV) que estava indecisa logo após o primeiro turno (18% deles) agora parece decidida a não votar em ninguém; 8% segue em dúvida. Dilma Rousseff (PT) ainda perde entre "marineiros", mas do início de outubro até agora caiu a vantagem de José Serra (PSDB) entre os adeptos da senadora.
Entre os evangélicos pentecostais, a petista perdia por 9 pontos para Serra. Agora quase empata com o tucano.
Serra atraiu ainda mais o eleitorado "mais rico", com renda superior a dez salários mínimos (R$ 5.100). Nessa categoria, a distância do tucano para Dilma chegou a cair para 15 pontos; agora está em 30. Mas trata-se apenas de 4% da amostra do Datafolha, pouco para compensar as perdas de Serra entre outras faixas do eleitorado e ainda reduzir a distância para Dilma, em 12 pontos dos votos válidos há oito dias.
Encurtado durante algumas semanas devido a escândalos e religião, o vetor maior da eleição permaneceu o mesmo: o prestígio de Lula, o dilmismo do eleitorado de menor renda e das regiões de baixo índice de desenvolvimento humano.


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