|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Debate de hoje deve ser menos agressivo
Líder nas pesquisas, Dilma joga apenas pelo empate; já Serra deve baixar a temperatura para conquistar indecisos
Candidatos a presidente terão de responder a perguntas de eleitores, e só poderão criticar os outros nos comentários
ANA FLOR
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Os candidatos José Serra
(PSDB) e Dilma Rousseff (PT)
prometem baixar a temperatura da disputa hoje no debate da TV Globo, palco do último confronto da corrida presidencial.
Por motivos diferentes -
ela porque joga pelo empate;
ele porque pretende conquistar indecisos-, os dois deverão trocar o tom mais contundente pela linha propositiva.
A participação de Dilma
deve marcar uma estratégia
diferente da seguida pela petista nos outros debates do
segundo turno.
A candidata deve atacar
nada ou muito pouco, mostrar simpatia e se manter na
linha propositiva.
A estratégia é assemelhar
ao máximo o desempenho de
Dilma daquele que o presidente Lula teve no embate na
Globo no segundo turno em
2006, contra Geraldo Alckmin (PSDB). Isto é, adotar um
tom "paz e amor", falar de
propostas e do governo Lula.
FORMATO DIFERENTE
O formato do debate facilita o plano traçado pela campanha. Não haverá perguntas de jornalistas ou confronto direto entre os candidatos.
Dilma e Serra responderão a
perguntas de eleitores indecisos, sobre temas previamente escolhidos. O embate
possível se dará nos comentários que cada um dos candidatos poderão fazer sobre a
resposta do outro.
Um dos estrategistas de
Dilma afirma que a diferença
deste debate é que, se a candidata for mais agressiva (ou
assertiva, como dizem os petistas) nas respostas, poderá
passar a impressão de que está sendo desrespeitosa com o
eleitor que fez a pergunta.
"Não dá para ficar batendo
boca", comenta o presidente
do PT, José Eduardo Dutra,
sobre o confronto de hoje.
A tentativa de ser mais
branda reflete também o desempenho de Dilma no último debate, da Record, em
que seus ataques foram lidos
em alguns momentos como
agressividade por grupos
pesquisados. No debate com
maior audiência da TV, como
é o da Rede Globo, a avaliação é de que é mais seguro
manter um tom simpático.
Caso receba acusações diretas de Serra, no entanto, a
petista estará preparada para
contra-atacar. Para a campanha de Dilma, quem precisa
se destacar hoje é Serra. Para
Dilma, um "empate" já seria
suficiente.
AFINCO
Apostando suas fichas no
debate da Globo, Serra tem se
preparado com afinco.
Até a noite de hoje, serão
três reuniões preparatórias, a
primeira delas ocorrida na
madrugada de quarta-feira.
Para seu treinamento, Serra recebeu gravações dos debates dos quais participou na
TV Globo.
Ele também recebeu
exemplos de perguntas do
debate de 2006, entre Alckmin e Lula.
Na avaliação da equipe de
Serra, o debate será dedicado
a discutir problemas do cotidiano do eleitor.
A estratégia é insistir na
ideia de que Serra está mais
preparado para assumir a
Presidência da República.
Nas conversas, Serra foi
orientado a adotar um tom
menos acadêmico em suas
respostas, numa tentativa de
popularizar sua linguagem.
Ainda segundo interlocutores, Serra reservará críticas
para seu comentários e não
deixará de atacar o que chama de aparelhamento do Estado na gestão do PT.
Mas o tom deverá ser menos incisivo do que nos debates do segundo turno.
O candidato falará de corrupção se essa for uma das
perguntas selecionadas no
debate (cada um responderá
a seis). A ordem, porém, é
tentar esclarecer às dúvidas
dos indecisos.
Até ontem, no entanto,
Serra não tinha definido detalhes de seu discurso: se
centrado em experiências de
suas administrações ou nas
dúvidas quanto à atuação de
Dilma na Presidência.
Texto Anterior: Análise: Eleitor parece saturado de eleição e não muda voto, indicam estudos e Datafolha Próximo Texto: Último debate terá confronto direto limitado Índice | Comunicar Erros
|