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Saúde de Dilma e Serra vai bem , diz exame
Cardiologista Roberto Kalil Filho, que cuida de ambos, afirma que os dois estão em boas condições físicas e mentais
Inchaço da petista foi provocado por remédios para inflamações na garganta; PSA de tucano caiu, mas ainda é alto
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
A saúde de Dilma Rousseff
(PT) e José Serra (PSDB) vai
bem, apontam laudos, atestados e exames realizados
neste ano pelos dois candidatos à Presidência, aos
quais a Folha teve acesso.
O cardiologista Roberto
Kalil Filho, que cuida de ambos, assina os atestados médicos, com informações protocolares: os candidatos encontram-se "em boas condições de saúde física e mental,
estando aptos para suas atividades profissionais e demais atos da sua vida civil".
Apenas Serra, 68, enviou à
Folha, conforme solicitado
pelo jornal a ambas as campanhas, uma série de exames
laboratoriais e de imagem
-entre eles hemograma
completo, ressonância e tomografia, feitos em junho.
Dilma, 62, não forneceu seus
exames, mas pediu para que
Kalil falasse sobre eles.
O cardiologista só permitiu que a reportagem olhasse
os exames laboratoriais e os
laudos de ultrassons e tomografias de Dilma nas suas
mãos. Também não autorizou que os resultados numéricos fossem anotados. Alegou que seria antiético. "Ela
autorizou a passar tudo, mas
fica ruim para mim. Imagine
o que os meus outros pacientes vão pensar?", disse.
Dilma revelou ter câncer
no sistema linfático em abril
do ano passado. Então ministra da Casa Civil, a petista fez
quimioterapia e radioterapia. No final de 2009, seus
médicos anunciaram que ela
estava "livre de qualquer evidência de linfoma".
Nos últimos meses, um inchaço apresentado pela candidata fez surgir rumores de
que o câncer poderia ter voltado -o que Kalil nega.
Ele afirma que, durante
"mais de um mês", a candidata tomou anti-inflamatórios -alguns à base de corticóide- por conta de inflamações na garganta, que causaram-lhe afonia, e de uma torção no pé, que provocou a
ruptura de dois ligamentos.
O uso desses remédios
(que também podem aumentar o apetite), a falta de exercícios físicos e a tendência de
Dilma de reter líquido são os
fatores que explicam o seu
inchaço, segundo Kalil. O
médico afirma, no entanto,
que a candidata já parou com
os anti-inflamatórios e que o
inchaço começou a sumir.
TOMOGRAFIA
Kalil mostrou o laudo da
última tomografia que a candidata fez, em agosto, que
aponta ausência de linfonodomegalias (aumento de
gânglios, que poderia sugerir
a recidiva do câncer).
Outros exames que funcionam como marcadores tumorais, como a proteína C
reativa, também estão normais. "A candidata está supersaudável, não toma mais
remédio algum", diz Kalil.
De acordo com protocolos
médicos, só se pode falar em
cura quando o paciente tem
ausência de atividade da
doença por mais de cinco
anos. Dilma terminou o tratamento em setembro de 2009.
Entre os exames da candidata, um mostra que ela tem
divertículos colônicos (hérnias da mucosa na parede intestinal). O problema é assintomático, mas pode sangrar e
provocar dor (diverticulite).
Há três anos, Dilma teve um
quadro de diverticulite aguda e precisou ser internada.
SERRA
Segundo clínico-geral
Paulo Olzon, professor da
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que avaliou os exames de Serra a pedido da reportagem, todos os
parâmetros do exame do político tucano podem ser considerados normais.
Olzon recomenda apenas
que Serra tente aumentar o
seu HDL (colesterol bom),
que está um pouco baixo.
"Um pouco de vinho já ajuda
a melhorar", diz ele.
Serra apresenta uma ligeira alteração no exame de PSA
(que detecta proteína produzida pela próstata que, em nível elevado, pode indicar
câncer). Exames feitos em junho apontaram um nível de
4,2 ng/mL- quando o normal é um valor inferior a 4.
Segundo o urologista Miguel Srougi, Serra já teve um
nível de PSA superior a esse,
que retrocedeu -no câncer,
os valores são sempre progressivos. A orientação agora
é só de monitoramento.
Entre os exames apresentados pelo candidato, está a
tomografia computadorizada do crânio que ele fez no
dia 20, após ser atingido por
um objeto na cabeça, durante uma caminhada no Rio.
O laudo cita "pequeno foco denso no tecido celular
subcutâneo da região parietal alta [parte superior central da cabeça] à esquerda".
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