São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2011

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TCU cobra explicações de TV estatal

Funcionários da EBC têm até abril para responder ao tribunal sobre R$ 2 mi pagos à empresa do dono da RedeTV!

Estatal informa que questionamentos serão respondidos e alega que deficiências apontadas não estavam previstas

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

O TCU (Tribunal de Contas da União) já identificou cinco funcionários da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) que terão que responder por pagamentos de R$ 2 milhões considerados irregulares à empresa Tecnet Comércio e Serviços Ltda.
De acordo com auditoria da área técnica do órgão de controle, a Tecnet foi contratada de forma irregular pela EBC, num pregão sem planejamento e que foi apressado pelo ex-ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, cujo filho, Cláudio Martins, trabalhava como consultor da empresa.
E-mails trocados por funcionários da TV estatal, e anexados ao processo, dizem que o ex-ministro pediu "prioridade zero" para o assunto. Franklin nega.
Contratada para gerenciar o sistema de arquivos digitais da EBC, a Tecnet pertence a Amilcare Dallevo, que é dono da RedeTV!.
Os cinco servidores, todos da área de informática, têm até o início de abril para explicar o motivo de terem efetuado pagamentos à empresa, que, segundo o TCU, não realizou os serviços para os quais foi contratada.
Segundo o tribunal, a empresa não possuía o software que dizia ter no pregão (para gerenciamento de arquivos) e está usando a EBC para desenvolver o produto. A empresa nega e diz que os servidores vão responder aos questionamentos no prazo.
Na inspeção feita em SP no início deste ano, o TCU constatou que "diversos itens" não estavam implementados e que a Tecnet age "como desenvolvedora e não como fornecedora de uma solução de gestão de ativos digitais".
O processo ainda será analisado pelo relator, o ministro Ubiratan Aguiar, antes de ser votado em plenário.

OUTRO LADO
Segundo a EBC, "o software foi entregue com todas as especificidades desejadas". A presidente da empresa, Tereza Cruvinel, diz que o sistema foi instalado em São Paulo "conforme o solicitado". "As deficiências apontadas são de funcionalidades que não estavam previstas".
A Tecnet informou que não se pronuncia sobre processos em andamento. A Folha não localizou Franklin. A RedeTV! não respondeu.


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