São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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Avariada, sigla perde influência e decresce após escândalo no DF

BRENO COSTA
DE SÃO PAULO

Além das turbulências na relação com o PSDB, o DEM também terá de lidar, nas eleições deste ano, com avarias em suas próprias engrenagens. O partido deverá ter candidato próprio em apenas quatro Estados. Em outros sete não deve concorrer nem mesmo para o Senado.
O escândalo do mensalão no Distrito Federal, que culminou na prisão e renúncia de José Roberto Arruda, único governador do partido eleito em 2006, levou o Democratas a perder influência na definição das coligações. O partido defende-se dizendo que expurgou Arruda de seus quadros com rapidez.
Numa tentativa de repaginação, mudou-se até o nome do partido, que até 2007 chamava-se PFL e era posicionado no espectro político como um partido de direita.
Na presidência da legenda, Jorge Bornhausen, 72, passou o cetro para Rodrigo Maia, que completa 40 anos na mesma data em que José Serra será oficializado candidato a presidente da República, no próximo dia 12.
"Nós somos um partido de centro moderno. O PSDB é uma esquerda moderna, e o PT é populismo", classifica o deputado José Carlos Aleluia (BA), designado como o homem do DEM na elaboração do programa de governo do candidato tucano.
Até o momento, o partido não entregou ao DEM uma proposta fechada de plataformas para um eventual governo Serra. O PPS, também fechado na coligação, já fez o gesto. Propôs até a adoção do parlamentarismo no país.
A ideia que mais chamou a atenção do PSDB até agora foi a de criar políticas públicas prioritárias para crianças entre 0 e 3 anos. Mas não há nada muito elaborado nesse sentido ainda. E a última palavra será de Serra.
Esse estilo centralizador e reservado do tucano também contribui para a afonia do DEM nas definições do rumo da campanha. Hoje, basicamente, apenas dois democratas podem ser chamados de "interlocutores" de Serra: o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o próprio Jorge Bornhausen.


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