São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2011

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Governo tem pior resultado de superavit para agosto desde 2003

LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O governo federal fez uma economia menor em suas contas no mês de agosto, o que pode dificultar o cumprimento da meta para o ano.
No mês passado, o resultado do chamado governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) foi positivo em R$ 2,5 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2003. O valor ficou bem abaixo dos R$ 11 bilhões registrados no mês anterior.
Segundo o governo, isso ocorreu porque caiu a arrecadação de tributos de um mês para o outro, já que em julho houve recolhimentos extraordinários, como o pagamento de uma ação judicial de quase R$ 6 bilhões pela Vale.
Também subiram as transferências a Estados e municípios por conta do vencimento de tributos no fim de julho.
Com o resultado de agosto, diminuiu bastante a folga com que o governo vinha trabalhando para cumprir a meta de superavit primário (resultado antes do pagamento dos juros da dívida), que, nos últimos dois anos, só foi alcançada com a ajuda de artifícios contábeis, como o abatimento de investimentos.
No fim de agosto (quando 80% do esperado havia sido alcançado em sete meses), o governo aumentou a meta em R$ 10 bilhões. Naquele mês o ministro Guido Mantega chegou a prometer "a cada mês, uma surpresa no fiscal".

PIOR RESULTADO
Além de ser o pior resultado em oito anos, o percentual da meta cumprida no ano caiu para 75% em oito meses.
Piora o quadro o fato de, nos últimos meses do ano, haver uma pressão maior para o governo gastar, tanto por conta de compromissos como o pagamento do 13° de funcionários e beneficiários da Previdência Social, tanto pela necessidade de aumentar o ritmo dos investimentos.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, admite que o governo federal está insatisfeito com o ritmo de execução de obras como estradas, usinas e escolas.
"Do nosso ponto de vista, o investimento não tem o desempenho desejado. Ainda é muito baixo, é uma preocupação nossa", afirmou.


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