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Consórcio contratou família de Paulo Preto
Peso Positivo, do genro e da mãe do ex-diretor da Dersa, recebeu R$ 91 mil de um dos construtores do Rodoanel
Advogado da empresa e assessoria do consórcio afirmam que o negócio foi realizado conforme exigências da legislação
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
Um dos consórcios construtores do Rodoanel contratou de forma emergencial e
pagou R$ 91 mil à empresa do
genro e da mãe do engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, à
época em que Souza era diretor de Engenharia da estatal
paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.).
A companhia contratada
pelo consórcio Andrade Gutierrez/Galvão no ano de
2009 foi a Peso Positivo
Transportes Comércio e Locações Ltda. -ME, que tem como sócios Fernando Cremonini, genro de Souza, e Maria
Orminda Vieira de Souza,
mãe do engenheiro.
Souza foi diretor da Dersa
de 2007 a abril deste ano.
Nesta semana, a bancada
do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo requisitou
ao Ministério Público Estadual a abertura de uma investigação sobre os negócios
da Peso Positivo.
O advogado da empresa e
de Souza José Luís Oliveira
Lima e a assessoria do consórcio afirmam que o negócio
foi realizado com observância de todas as exigências
previstas na legislação.
O capital social da Peso
Positivo, constituída no ano
de 2003, é de R$100 mil. Cremonini tem participação de
99% na sociedade, e Maria
Orminda, 1%.
Cremonini é casado com a
filha de Souza, a jornalista
Tatiana Arana Souza Cremonini, que passou a ocupar o
cargo de assistente técnica
de gabinete no Palácio dos
Bandeirantes, a partir de um
decreto assinado pelo então
governador José Serra
(PSDB) em janeiro de 2007.
Atualmente Tatiana trabalha no cerimonial do Palácio,
com remuneração de R$
4.595, com gratificações.
A Peso Positivo tinha um
contrato para fornecer serviços de guindastes na área do
Lote 1 do trecho Sul do Rodoanel por um período de
três meses, de acordo com a
assessoria do consórcio.
A execução dos serviços,
calculada por número de horas trabalhadas, foi concluída antes do previsto, em dois
meses, segundo o advogado
da Peso Positivo.
O nome de Souza veio à tona na campanha eleitoral depois que a candidata do PT
Dilma Rousseff passou a citá-lo em debates na TV.
Dilma tem citado reportagem publicada pela revista
"IstoÉ", que levantava a suspeita de que Souza teria desviado o valor de R$ 4 milhões
que supostamente iria para
um caixa dois da campanha
de Serra à Presidência.
A candidata petista também vem citando o fato de o
nome do engenheiro ter sido
mencionado nos relatórios
da Operação Castelo de Areia
da Polícia Federal.
A operação foi deflagrada
para investigar a suposta
ação ilegal de executivos da
construtora Camargo Corrêa
para fraudar licitações e pagar propinas a agentes públicos. As defesas da empreiteira, dos diretores e de Souza
negam a prática de crimes.
As acusações de Dilma levaram Souza a entregar uma
representação à Justiça Eleitoral com um pedido de que a
candidata petista seja condenada pela prática de calúnia.
De acordo com a representação, Souza "nunca praticou qualquer espécie de
apropriação de valores, nunca empreendeu fuga, nunca
foi assessor de José Serra".
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