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DEBATE
No último embate, Dilma e Serra evitam o confronto direto
CANDIDATOS NÃO TOCARAM EM NENHUM DOS TEMAS QUE MARCARAM O 2º TURNO AUDIÊNCIA FOI A MAIS BAIXA ENTRE AS 3 ÚLTIMAS ELEIÇÕES
Marlene Bergamo/Folhapress
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Serra responde a uma pergunta enquanto Dilma aguarda a sua vez
DE SÃO PAULO
Uma campanha marcada
pela virulência e pelos ataques recíprocos no segundo
turno terminou sem confronto direto e de forma anódina
no décimo e último debate da
eleição, ontem na TV Globo.
Com as regras engessadas
pela proibição de perguntas
entre eles ou de jornalistas,
Dilma Rousseff (PT) e José
Serra (SP) optaram pela linha
cautelosa e evitaram temas
polêmicos e tom agressivo.
Temas como privatização,
descriminalização do aborto
e acusações de corrupção
contra Erenice Guerra (Casa
Civil), ex-braço direito de Dilma, e Paulo Vieira de Souza,
ex-diretor da Dersa no governo Serra, ficaram de fora.
O debate foi todo pautado
por perguntas de eleitores indecisos,convidados pela
emissora, em formato que
tentou reproduzir os similares norte-americanos. Os temas foram sorteados.
A falta de temperatura se
refletiu na audiência, a mais
baixa desde 2002. No segundo turno de 2002 e de 2006, a
média ficou em 38 pontos.
Ontem, a média começou em
29 pontos no primeiro bloco e
despencou para 14, no último, segundo dados preliminares do Ibope. Cada ponto
equivale a 60 mil municípios
na Grande São Paulo.
A tática de evitar ataques
ríspidos às vésperas da votação é quase unanimidade entre marqueteiros. A avaliação
é que qualquer "erro na dose" pode ter efeito adverso.
Diante disso, a saída dos
candidatos foi trocar alfinetadas genéricas. Dilma tentou embutir críticas ao governo FHC como trampolim para elogiar a gestão Lula.
Atrás nas pesquisas, o tucano foi cauteloso até mesmo
quando teve nas mãos uma
pergunta sobre corrupção.
Serra não citou o nome de
Erenice, nem falou da quebra
de sigilo fiscal de tucanos.
No limite, lembrou da
compra do dossiê antitucanos, conhecido como "escândalo dos aloprados", em
2006. "A corrupção chegou a
níveis insuportáveis. Os
exemplos se repetem."
Na sequência, alfinetou dizendo ser preciso "fortalecer" e "não atacar" órgãos de
fiscalização e a imprensa.
Dilma elogiou a Polícia Federal e a Controladoria Geral
da União. "Tem de investigar
e punir doa a quem doer."
Em formato de arena, os
candidatos puderam se movimentar livremente no palco. Serra carregou uma "colinha" à mão. Dilma irritou-se
quando William Bonner cortou seu tempo -restavam alguns segundos no relógio.
Na dianteira das pesquisas, Dilma optou por exaltar
sua participação em programas do governo Lula e a criticar a gestão FHC.
"No passado, o que se fazia no Brasil? Aumentava-se
impostos, explodia a taxa de
juros, e deixava de se investir. Nós, não. Reduzimos o
IPI", afirmou.
A petista se despediu com
queixas. "Foi uma campanha dura. Fiquei muito triste
devido a um conjunto de calúnias na internet, mas não
guardo mágoas".
Serra defendeu a sua biografia e pediu "mais um voto". "Se você já vota em mim,
consiga um voto a mais".
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