São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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ANÁLISE

Formato com candidatos em movimento é mais dinâmico

KEILA JIMENEZ
DE SÃO PAULO

Maitê Proença pega no flagra por Fernanda Montenegro e a vovozinha do mal indo parar na cadeia em "Passione". Quando o telespectador achou que a noite não lhe reservaria mais surpresas na TV, eis que surge William Bonner, andando de um lado para o outro na tela, assim como os dois candidatos à Presidência, em debate de despedida na Globo.
Sim, eles andam. E quanta diferença isso faz.
Impressionante como o simples movimento de Dilma e Serra em um palco é capaz de tornar mais dinâmico um formato sempre fadado a mesmice. A Globo já fez isso outras vezes, mas ainda impressiona.
A movimentação talvez perca no quesito tensão que o debate cara a cara provoca, mas é capaz de delatar a impaciência, a irritação e o nervosismo dos candidatos.
Com banquetas à disposição no final do cenário, Serra e Dilma preferem não sentar, falam em um tom professoral, andando de um lado para outro. Até calados, não param de andar.
Chegam a parecer papagaios de pirata quando surgem na tela, sem propósito, atrás do oponente.
Plateia de "populares" compõe o cenário e um formato que às vezes lembra o "Altas Horas", dos jovens que levantam a mão e perguntam, um por vez, no microfone de Serginho Groisman.
Mas não são perguntadores comuns. Os 80 selecionados em questão são eleitores indecisos e, como se tivessem feito um cursinho intensivo no Projac, fazem cara de indecisos o tempo todo.
Deles saíram as perguntas, estrelas da parte tecnológica do debate -um telão dividido em partes que, quando tocadas pelos candidatos, identificam o tema da questão e seu dono.
Funcionalismo público, agricultura e segurança pública não esquentam o embate, que derruba em 10 pontos a audiência da Globo nos seus primeiros 20 minutos.
O ibope logo caiu de 39 pontos, do final de "Passione", para 29 pontos. No segundo bloco, vai a 23.
As câmeras passeiam bem pelo programa, com bons planos da plateia, captadas pelas costas do candidato.
Meio ambiente, bolsa família, impostos e um cronômetro brincalhão - que arranca os únicos sorrisos da noite- chamam as considerações finais, encerrando a andança dos candidatos. Bom, esses só vão sentar mesmo amanhã.


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