São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Horário eleitoral acaba com Lula e Bento 16

Dilma explora o apoio presidencial, e Serra usa discurso do papa contra o aborto no último programa no rádio

Em tom emocional, presidente agradece a Deus e diz que escolher a petista é como votar "um pouquinho" nele

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

No último dia de propaganda no rádio e na TV, os presidenciáveis apelaram ao presidente Lula e ao papa Bento 16 para tentar conquistar eleitores indecisos.
O programa de Dilma Rousseff (PT) apostou na popularidade recorde de Lula, que passou um minuto e 27 segundos no vídeo e afirmou que votar na candidata petista é votar "um pouquinho" nele próprio.
A campanha de José Serra (PSDB) omitiu os temas religiosos na TV, mas explorou no rádio o discurso do papa contra o aborto, pedindo que o eleitor julgue a opinião dos candidatos sobre o assunto.
A presença de Lula dominou o último programa petista. Ele apareceu em imagens de arquivo das greves no ABC e da festa da posse, em 2002. Em tom de despedida, disse ser "um homem profundamente agradecido a Deus" e pediu que os brasileiros votem em Dilma como se o candidato ao Planalto fosse ele.
"Pela primeira vez depois de cinco eleições, o meu retratinho não vai estar lá na urna. Mas na hora que você apertar o 13 e aparecer o retratinho da Dilma, você vai estar votando na candidata mais preparada [...] e também vai estar votando um pouquinho em mim."
Lula discursou em figurino presidencial: terno preto, bandeirinha na lapela e gravata verde e amarela, simulando o efeito da faixa.
De blusa branca, Dilma mirou o eleitorado feminino, com o qual ainda tem desempenho pior. "As mulheres batalharam muito para conquistar seus direitos. Minha candidatura simboliza as novas conquistas", disse.

ABORTO
Os petistas exibiram a imagem de uma mãe mimando uma criança para fazer uma referência velada à questão do aborto. Segundo o locutor, Dilma saberia que todo país "tem de cuidar das suas crianças desde o momento que o coraçãozinho começa a bater na barriga da mãe".
A narração ressaltou que Dilma, se eleita, será a primeira mulher presidente e levará o "olhar feminino" para o comando do país.
O programa de Serra no rádio também usou uma locutora para tratar do aborto. Sem citar Dilma, os tucanos insistiram na ideia de que ela mudou o teor de suas declarações sobre o tema.
"É, gente, o discurso do papa Bento 16 para os bispos é uma reflexão sobre o direito à vida e sobre a responsabilidade e a transparência das ideias e dos compromissos dos homens públicos", disse a narração do PSDB.
"O governante deve ter uma palavra hoje e a mesma palavra amanhã, principalmente quando se trata de problemas fundamentais como o aborto. A palavra do papa é uma palavra de amor à vida. Pense nisso, e domingo vote com consciência e amor pelo Brasil", concluiu.
Na TV, Serra repetiu depoimentos de aliados e imagens de sua carreira política. "Eu não teria sido eleito e reeleito tantas vezes pelo povo se não tivesse trabalhado direito, não é verdade?", disse.
Ele também explorou o apoio do pastor Silas Malafaia e da escritora de livros infantis Ruth Rocha, que protestou nesta semana por ter sido incluída indevidamente num manifesto pró-Dilma.
No encerramento, foi exibido um clipe em que bailarinos dançavam ao som do jingle "Serra é do bem", num cenário semelhante ao do "Domingão do Faustão".


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