|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Dilma e Serra divergem sobre pré-sal
Na política energética, candidatos discordam em relação à atuação da Petrobras na exploração de áreas não licitadas
Petista defende modelo de partilha, que na opinião do tucano é oneroso e pode endividar a estatal
FABIA PRATES
DO RIO
A principal divergência
entre as propostas de Dilma
Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB) para a política energética diz respeito à participação da Petrobras na exploração das áreas ainda não licitadas do pré-sal.
Dilma abraça o modelo de
partilha e a proposta de que a
estatal participe com ao menos 30% de todos os blocos.
Para Serra, o governo confunde "comando sobre os
processos com presença física em todas as ações".
O tucano sugere que o modelo, em fase final de apreciação pelo Congresso, seja
discutido pelos parlamentares sem pressão do Planalto.
Por meio de suas assessorias, os presidenciáveis responderam às mesmas questões formuladas pela Folha.
De acordo com Dilma, o
pré-sal quebrou o paradigma
básico sobre o qual se assentou o modelo de concessão
(em vigor), que busca atrair
empresas que se disponham
a correr risco.
"Neste cenário de baixo
risco exploratório, o modelo
de partilha estabelece condições que permitirão ao Estado orientar o ritmo de exploração de petróleo em sintonia com o interesse nacional", afirma a petista.
Para Serra, o modelo proposto por Lula onera o Tesouro Nacional, submete a Petrobras a um endividamento
excessivo e não garante recursos para a exploração das
riquezas do pré-sal.
"Depois de um enorme
alarido em torno da capitalização, pouco sobrou à Petrobras. Na verdade, o montante
levantado se traduz em recursos que mal suportam
10% do plano de investimento", afirma o tucano.
A discussão sobre os rumos da Petrobras dominou
parte do debate do segundo
turno, com a acusação de Dilma -e a negativa de Serra-
de que o tucano pretenderia
privatizar a empresa.
Já em temas com menos
apelo político, há mais proximidade nas propostas.
GÁS E ENERGIA ELÉTRICA
Serra diz que o gás natural
está caro e defende redução
nos preços. Para Dilma, é
preciso chegar a um valor
que, além de remunerar o investidor, permita a expansão
continuada do sistema sem
onerar o consumidor de forma desproporcional.
Com relação a expansão
do parque gerador de energia
elétrica, os dois presidenciáveis falam em priorizar energias renováveis, com usinas
hidrelétricas, eólicas e a base
de biomassa.
Dilma diz que não contratará usinas termelétricas até
2014. Serra fala em usar usinas termelétricas e nucleares
em situações específicas.
Ambos concordam que é
preciso criar condições para
reduzir as tarifas. Dilma propõe reduzir PIS/ Cofins na
mesma proporção que os Estados concordarem em diminuir a alíquota do ICMS.
Serra fala em ampla revisão de receitas e despesas
que oneram as tarifas e promete não prorrogar a RGR
(Reserva Global de Reversão), encargo que financia
programas diversos do setor
elétrico. Isso, segundo Serra,
reduziria a tarifa em 3%.
Texto Anterior: Em ato do PT, CUT faz críticas à imprensa Próximo Texto: Tarifa elétrica pode cair mais, diz especialista Índice | Comunicar Erros
|