São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Cientistas pedem investimento em qualificação

Documento enviado aos presidenciáveis cobra que 2% do PIB seja usado em ciência

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Se o pedido dos cientistas aos presidenciáveis pudesse se resumir em apenas uma palavra, seria "qualificação".
Em documento entregue à candidata Dilma Rousseff (PT) há cerca de dez dias e ao candidato José Serra (PSDB) nesta semana, cientistas pedem mais qualificação na pós, na graduação e também no ensino médio.
"Se os alunos do ensino médio não souberem fazer contas, não teremos bons engenheiros no futuro", explica o bioquímico Hernan Chaimovich, da ABC (Academia Brasileira de Ciências).
Ele foi um dos cientistas que encabeçaram documento de 15 páginas entregue aos candidatos à Presidência.
"Precisamos de professores mais qualificados e mais valorizados", diz Chaimovich. Para isso, os cientistas propõem aumentar a participação da educação no PIB (Produto Interno Bruto) dos cerca de 5% atuais para 6% no próximo mandato.
Querem também 2% do PIB despendidos em ciência -quase o dobro do que é investido atualmente.
As metas dos pesquisadores também incluem ter cerca de 150 mil doutores formados nos próximos dez anos, o que representa um aumento de quase 50% na quantidade média de titulados por ano.
"Precisamos de pesquisadores bem formados nas empresas", explica o bioquímico. "O Brasil tem de pautar a ciência mundial em certas áreas do conhecimento, o que já acontece com os estudos de cana-de-açúcar".

BUROCRACIA
O documento não toca em tópicos nevrálgicos da atividade científica do país, como a dificuldade de importação de equipamentos (que pode levar seis meses).
"Mas a burocracia está em todos os lados da atividade científica. Por isso destacamos a necessidade de autonomia das instituições e segurança jurídica", explica.
De acordo com Chaimovich, um relatório similar entregue aos candidatos em 2006 e foi integrado ao "PAC da ciência" (o plano de ação de 2007 a 2010).
"Eu sou um otimista. Prefiro acreditar que seremos ouvidos pelo próximo presidente", conclui o cientista.


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