São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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PERFIL

Técnico, Coimbra se desentendeu com Protógenes

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO


O novo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, esteve envolvido em uma das maiores e mais recentes polêmicas da polícia, a Operação Satiagraha. Deflagrada em julho de 2008, a investigação levou à prisão do banqueiro Daniel Dantas.
Chefe da Superintendência da PF em São Paulo, Coimbra se desentendeu com Protógenes Queiroz, delegado que preparou e executou a Satiagraha.
Protógenes acusa Coimbra de ter obstruído a investigação. Ele nega. A desavença custou o afastamento de Protógenes da investigação. O novo chefe da PF participou da reunião e defendeu o afastamento do delegado da Satiagraha.
"Ele deveria ter sido investigado pela corregedoria da PF", disse ontem Protógenes, eleito deputado federal pelo PC do B.
Delegados ligados à Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) também criticaram a escolha. Para eles, Coimbra não era o nome ideal para dirigir o órgão.
Procurado, Coimbra não quis dar entrevistas. Antes de falar com a imprensa, ele vai se reunir com o futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Coimbra assumiu a direção paulista da PF em maio de 2008, apenas dois meses antes da deflagração da Operação Satiagraha.
Na gestão dele também teve início a operação Castelo de Areia, que investigou executivos da construtora Camargo Corrêa acusados de crimes financeiros, pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos, além de fraudes a licitações. Os processos do caso estão suspensos pelo Superior Tribunal de Justiça.
De perfil técnico e reservado, Coimbra procurou aplicar em São Paulo as diretrizes do seu antecessor, Luiz Fernando Corrêa, de tornar as operações da corporação menos midiáticas.
Gremista, ele faz parte do grupo de gaúchos que ocupou os principais cargos da PF nos últimos anos.


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