São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

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FOCO

Campello, Palocci e Belchior dão as cartas no Planalto

NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

Se a Esplanada dos Ministérios fosse uma escola, os primeiros da classe no começo do governo Dilma seriam Antonio Palocci (Casa Civil), Miriam Belchior (Planejamento) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social).
São esses os interlocutores da presidente com maior influência até aqui, apontam ministros e outros assessores, dentro e fora do Planalto, ouvidos pela Folha.
A trinca repete, ao menos em número, o grupo ministerial de 2003 que, ao lado de Lula, ganhou força naquele primeiro mandato: José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Secom) e Antonio Palocci (Fazenda).
Do antigo "núcleo duro", somente o último sobreviveu -na verdade, ressuscitou, já que havia deixado o governo após o escândalo da violação do sigilo do caseiro.
Hoje, Palocci participa das principais decisões do governo. Almoçou com Dilma praticamente todos os dias desde a posse e comandou, a seu lado, as nomeações do primeiro escalão.
Apesar de o Ministério da Fazenda, nas mãos de Mantega, ser a referência na economia, foi Miriam Belchior quem despontou como interlocutora privilegiada.
Ministra e presidente têm traços semelhantes: são técnicas, adeptas da gestão por resultados e, não raro, chamadas de duronas. Não chegam a ser amigas, mas trabalham bem juntas.
Quando, em 2005, Dilma desembarcou na Casa Civil, a relação das duas ameaçou explodir. Subchefe da pasta, Belchior incomodou-se com o estilo da ministra.
Até que, um dia, Belchior entrou no gabinete Civil e pediu demissão. Dilma não aceitou.
Já em 2010, contou com um empurrãozinho de Lula para ficar no governo, mas foi Dilma quem a alçou à condição de superministra.
Hoje ganhou atribuições novas no Planejamento. Cuida dos programas do coração da presidente: PAC (Aceleração do Crescimento) e Minha Casa, Minha Vida.
Na área social, a principal regente é Tereza Campello. Amiga de Dilma desde os tempos do RS, ela dizia não querer um ministério, mas acabou convidada para a Secretaria de Aviação Civil.
O ministério ainda não saiu do papel, e Dilma acabou confiando a ela sua principal bandeira: erradicar a miséria no país.


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