|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aécio cobra mais "ousadia" de Serra, que prega "virada"
Presidenciável tucano usa crescimento de Anastasia para falar em reação
Principal cabo eleitoral em MG, ex-governador
diz que comunicação do
partido precisa ser clara
ao se contrapor a Dilma
BRENO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A ITAJUBÁ (MG)
PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A VARGINHA (MG)
No dia em que José Serra
(PSDB) passou a discursar
pela possibilidade de "virada" na sucessão presidencial, o principal cabo eleitoral do tucano em Minas, Aécio Neves, cobrou mais "ousadia" e "clareza" na comunicação da campanha.
Até então, Serra se recusava a comentar a dianteira de
Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas. Mas ontem, em dois
eventos em cidades mineiras, passou a usar o crescimento de Antonio Anastasia
no Estado como exemplo para a própria campanha.
"Já viramos em Minas, vamos virar juntos no Brasil",
disse. Em pesquisa Ibope na
semana passada, Anastasia
apareceu pela primeira vez à
frente de Hélio Costa
(PMDB), com 35% a 33%.
O site oficial da campanha
lançou o slogan "É a hora da
virada". A Folha apurou, no
entanto, que a nova estratégia não foi decidida pela
equipe do marqueteiro Luiz
Gonzalez e, ao menos por enquanto, não deve ser usada
na propaganda de TV.
O discurso pela "virada"
foi feito do alto de um carro
de som no centro de Itajubá,
cidade no sul de Minas, e encampado por Aécio.
"Em Minas, o Anastasia já
virou, já estamos na frente e
vamos ganhar a eleição. E a
segunda, é que no Brasil nós
vamos virar também, fazendo Serra presidente", discursou Aécio, que foi mais
aplaudido do que Serra.
CRÍTICAS
Apesar do discurso de
apoio, no primeiro evento do
dia, em Varginha, Aécio fez
críticas à comunicação da
campanha. Ele cobrou mais
"ousadia" e "clareza" para se
contrapor a Dilma.
"O mais importante é que
a sua comunicação para o
país inteiro, talvez, seja um
pouco mais ousada, apontando diferenças mais claras
em relação às propostas do
atual governo", disse Aécio,
ao falar sobre estratégias para levar ao segundo turno.
A declaração foi dada pouco antes da chegada de Serra.
Aécio atribui a uma "conjunção de fatores" a queda
das intenções de voto em Serra, entre eles a capacidade de
transferência de votos de Lula, mas disse que não é o momento para fazer críticas porque isso "não contribui".
"Essa nunca foi uma eleição fácil para nós, mas está
longe de ser uma eleição perdida", disse Aécio, que defende que Serra se concentre
em São Paulo, Minas e Paraná para ir ao segundo turno.
Foi o que Serra começou a
fazer ontem, após 23 dias ausente do segundo colégio
eleitoral do país (14,5 milhões de votos). "É um crescimento [de Anastasia] muito
bom para Minas, para o Brasil, para o nosso partido e para mim, porque para onde forem o Anastasia e o Aécio, eu
irei também aqui em Minas".
Após carreata e caminhada pelo centro de Varginha,
Serra, durante comício relâmpago, disse que, indo
bem em Minas, terá bom resultado também no país.
Texto Anterior: Senha era socializada, diz servidora do fisco Próximo Texto: Foco: Impostômetro emperra durante ato de campanha tucana, e Dilma ironiza Índice
|