São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Palocci lidera "bolsa ministerial" de Dilma

Candidata, que "interditou" debate sobre equipe durante campanha, deve anunciar chefe da transição até quarta

Petista estuda nomear Luciano Coutinho para a Fazenda, enquanto no PSDB nome mais cotado é Armínio Fraga

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

A ordem é evitar o tema publicamente, mas tanto Dilma Rousseff (PT) quanto José Serra (PSDB) já possuem um time de ministeriáveis para o caso de vitória hoje.
Dilma classificou o tema como "interditado" durante a campanha do segundo turno, e o anúncio de sua futura equipe de governo pode ficar para dezembro.
Segundo um assessor da candidata, Dilma quer evitar "constrangimentos" para a equipe do governo Lula, já que muitos nutrem a expectativa de permanecer na futura administração petista.
Ela pode, no máximo, anunciar um ou outro nome depois de 15 de novembro, como o de Antonio Palocci Filho, caso decida entregar a seu coordenador de campanha a chefia da Casa Civil.
Palocci é cotado também para comandar a equipe de transição, papel que já desempenhou na eleição do presidente Lula em 2002.
A tendência é Dilma anunciar o chefe de sua transição até quarta-feira, ainda em Brasília, antes de sair para um descanso de alguns dias.
A petista já demonstrava relutância em falar de ministeriáveis durante o primeiro turno. Depois da frustração de não vencer na primeira votação, o tema virou tabu.
Aos mais próximos Dilma repetia que montar ministério antes da hora dá azar.
O silêncio não impede que petistas, aliados e assessores especulem sobre nomes fortes por conta de afinidades com a candidata e força nos partidos governistas.
Além de Palocci, também citado para a Saúde, outro nome dado como certo na equipe é do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), que deve coordenar a transição pelo lado do governo.
Na cota pessoal de Dilma, dois nomes estão na lista: Maria das Graças Foster, diretora de Gás da Petrobras, e Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte. Foster pode tanto ir para o Palácio do Planalto como assumir a pasta de Minas e Energia.
Coordenador da campanha de Dilma e presidente do PT, José Eduardo Dutra também é ministeriável, mas o mais provável é que fique no comando do partido.
Guido Mantega (Fazenda) conta com o apoio de Lula para ficar na pasta. Dilma, porém, gostaria de convidar o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para o posto.
No Banco Central, são cogitados o diretor Alexandre Tombini (Normas) e o economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, para o lugar de Henrique Meirelles.
Fora do BC, Meirelles gostaria de ser indicado pelo PMDB para comandar uma pasta da infraestrutura, o que se encaixa no desejo do partido de ocupar o Ministério dos Transportes.
Ainda no PMDB, o representante do partido na campanha, Moreira Franco, é citado para o Ministério das Cidades ou a presidência da Caixa Econômica Federal.
O PT deve seguir comandando as principais pastas, como as da área social.
O grupo de Marta Suplicy, eleita senadora por São Paulo, se empenha em assegurar Cidades para ela, já que o PP, que tem a pasta, não apoiou Dilma oficialmente.
O PSB não abre mão de manter Ciência e Tecnologia e Portos, e quer Ciro Gomes em um terceiro ministério.
Outro pessebista que agrada Dilma é Gabriel Chalita (SP), que se tornou amigo da petista e a ajudou a reconstruir pontes com católicos.

SERRA
Preocupado em virar a desvantagem nas pesquisas, o candidato do PSDB à Presidência ainda não se debruçou sobre a composição de um eventual governo. Alguns nomes, porém, são dados como certos.
Dois articuladores políticos do tucano, o senador Sérgio Guerra e o deputado Jutahy Magalhães, são cotados para a coordenação política.
Se eleito, Serra fará um esforço de ampliação de sua base, convidando PMDB, PP e PV para a equipe.
No PV, são dois os nomes cogitados: Fernando Gabeira e o secretário municipal de São Paulo, Eduardo Jorge.
No PMDB, a ideia é contemplar um gaúcho, como José Fogaça, Germano Rigotto ou mesmo Nelson Jobim, titular da Defesa de Lula.
Na área econômica, as apostas são Armínio Fraga e Francisco Vidal Luna, secretário de Planejamento de SP.
Outros membros do governo paulista podem ter cargos. O secretário de Fazenda, Mauro Ricardo, iria para a Receita Federal. O chefe da Casa Civil, Luiz Antonio Marrey, é cotado para a Justiça.
Mas existe uma preocupação de que Serra não nomeie um "paulistério", como chegou a ser chamada a equipe de FHC. (ANA FLOR, CATIA SEABRA, NATUZA NERY e VALDO CRUZ)


Texto Anterior: Último debate terminou empatado, segundo Datafolha
Próximo Texto: Apesar do feriado, abstenção deve seguir índice de disputas anteriores
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.