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Apesar do feriado, abstenção deve seguir índice de disputas anteriores
Pesquisas Datafolha mostram que apenas 2% pretendem viajar
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
O bicho-papão da abstenção não deve ser mais assustador na eleição de hoje do
que nas disputas anteriores.
Pesquisa Datafolha e a opinião de dois especialistas demolem a ideia difundida por
Dilma Rousseff (PT) e José
Serra (PSDB) de que o feriado
prolongado levaria um grande número de eleitores a trocar as urnas pelo descanso.
Em três levantamentos seguidos do Datafolha em outubro, os que pretendem viajar no feriado variam de 1% a
2%. "Eles formam um contingente residual, concentrado
nos bairros de classe média",
afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
Consultas feitas por telefone pelo Instituto Análise, do
cientista político Alberto Almeida, apontam que 1% dos
eleitores deve viajar.
Nas últimas eleições presidenciais, os índices de abstenção foram de 18% no primeiro turno e na casa dos
20% no segundo. "Não deve
haver um salto mortal no índice de abstenção", afirma o
cientista político Jairo Nicolau, professor da UFRJ.
Para ele, o descompasso
entre o baixo índice dos que
pretendem viajar (2% no máximo) e a abstenção de 20%
deve-se a dois fatores: o cadastro de eleitores ainda registra muitos mortos, e o segundo turno desperta menos
interesse que o primeiro,
quando há mais candidatos.
O TSE confirma que o cadastro de eleitores está desatualizado e seu corregedor-geral vai apurar o motivo. O
"Correio Braziliense" revelou
que políticos ilustres, como
Miguel Arraes (1916-2005),
seguem na lista de eleitores.
Outro fator que distorce o
índice, segundo Nicolau, é o
número de migrantes que
não transferem o título para a
cidade a que mudaram.
Só os que justificam o voto
equivalem a 6% do eleitorado, segundo Nicolau -contingente maior do que o que
pretende viajar.
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