São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2010

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GOIÁS

Com o apoio de Lula, Iris empata com Perillo

Os dois respondem a denúncias que vão de compra de votos a pagamento de propinas

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Empatados tecnicamente nas pesquisas de intenções de votos, os candidatos Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB) protagonizam hoje uma das disputas mais acirradas do segundo turno em busca, pela terceira vez cada um, do governo de Goiás. Ex-governadores do Estado, os candidatos reproduzem regionalmente a estratégia nacional de oposição entre os projetos políticos de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB).
Perillo se transformou, ao longo da campanha, em um dos mais fiéis cabos eleitorais de Serra -o que rendeu ao tucano duros ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em comício no Estado depois do primeiro turno, o petista fez críticas a Perillo ao acusar o ex-governador de ser responsável pelo desvio de recursos e de "mentir" ao exibir em seu programa eleitoral trechos da Ferrovia Norte-Sul como um de seus feitos.
Rezende, por sua vez, cresceu nas intenções de voto no segundo turno com o auxílio da popularidade do presidente -principal cabo eleitoral de Dilma-, que hoje alcança 83% de aprovação, segundo o Datafolha.

PRIMEIRO TURNO
No primeiro turno, Perillo abriu vantagem de dez pontos percentuais sobre o adversário ao receber 46% dos votos contra 36% do peemedebista. Aos 76 anos, Rezende reverteu o cenário e conquistou o apoio do governador Alcides Rodrigues (PP) e de Vanderlan Cardoso (PR), terceiro colocado na disputa pelo governo do Estado.
Pesquisa Ibope divulgada anteontem mostrou que o tucano aparece com 46% dos votos, enquanto Rezende tem 45%. Em 1998, o tucano venceu o peemedebista na disputa pelo governo goiano por 53% a 47%, no segundo turno. Em 2002, Perillo foi reeleito no primeiro turno, derrotando Maguito Vilela (PMDB). Em 2002, impedido de concorrer mais uma vez, Perillo apoiou Alcides Rodrigues (PP), que voltou a derrotar Maguito Vilela.
Rezende, por sua vez, já governou Goiás por duas vezes, de 1983 a 1986 e de 1991 a 1994. Apesar das duas derrotas para o governo do Estado para Perillo, em 2004 Rezende foi eleito prefeito de Goiânia, reelegendo-se em 2008 com 74% dos votos.
Em comum, os dois respondem a denúncias que vão de compra de votos até pagamento de propina. Em agosto, Rezende foi condenado pela Justiça do Estado a multa de R$ 50 mil e teve seus direitos políticos suspensos por três anos por crime de improbidade administrativa.
No entanto, sua candidatura não foi afetada. Perillo, por sua vez, é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pela suspeita de ter recebido propina de frigoríficos para modificar leis com o objetivo de favorecer o setor.


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