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Histórias da ciência
As Sete Maiores Descobertas
Científicas da História
David Brody e Arnold Brody
Tradução: Laura Teixeira Motta
Companhia das Letras (Tel. 0/xx/11/866-0801)
436 págs., R$ 27,50
"A época atual é uma encruzilhada fundamental para nossa civilização e talvez para nossa espécie. Seja qual for o caminho que seguirmos, nosso destino estará indissoluvelmente ligado à ciência. É essencial, por uma questão de pura sobrevivência, que entendamos a ciência", escreveu Carl Sagan. Inspirados no ideal de difundir o conhecimento científico, os autores deste livro focalizam algumas das mais
extraordinárias descobertas da ciência nos últimos quatro séculos,
cobrindo diferentes áreas da física, da química e da biologia. Em formato de aulas dirigidas a um grande público, a exposição torna-se interessante por suas constantes referências às circunstâncias em que
os cientistas chegaram a tais descobertas. Os autores não deixam de
indicar as surpreendentes aplicações práticas e tecnológicas da ciência contemporânea, mas se preocupam especialmente em mostrar
que o conhecimento científico toca nas mais profundas questões sobre a estrutura e a formação do mundo, sobre a origem da vida, sobre
nosso lugar no cosmos.
Grandes Debates da Ciência
Hal Hellman
Tradução: José Oscar de Almeida Marques
Editora Unesp (Tel. 0/xx/11/232-7171)
277 págs. R$ 25,00
Às vezes, imagina-se que os cientistas sejam tipicamente pensadores de espírito crítico e sem preconceitos, comprometidos
com a verdade, imparciais, moralmente corretos, dispostos a
ouvir as opiniões alheias e a reconsiderar suas afirmações. A
partir do meticuloso exame de dez debates científicos, Hellman
chega a uma conclusão bem diferente. Quando se envolvem em
controvérsias e sentem que suas teses e sua reputação se encontram ameaçadas, os cientistas são capazes de lançar mão de toda
espécie de recurso em defesa dos próprios interesses: eles se valem da autoridade e de manobras políticas para atacar os oponentes, lançam pistas falsas, ocultam material de pesquisa etc.
As disputas tornam-se mais acirradas quando se põe a questão
da prioridade, para saber quem foi responsável por alguma importante realização científica. Hellman deixa claro que a formação do consenso na ciência não é um processo que possa ser plenamente compreendido como uma série de decisões guiadas
pela razão. Muitos outros fatores estão presentes, fazendo com
que certos conflitos se resolvam lentamente e com grande resistência das partes envolvidas. Aliás, a polêmica entre criacionistas e evolucionistas permanece viva.
Cesar Lattes, a Descoberta do Méson Pi e Outras
Histórias
F. Caruso, A. Marques e A. Troper (editores)
CBPF (Tel. 0/xx/21/586-7400)
174 págs., R$ 20,00
Entre 1946 e 1947, o jovem físico brasileiro Cesar Lattes integrou o grupo de física nuclear de Bristol (Inglaterra) e teve papel
decisivo na descoberta da partícula méson pi a partir de experimentos sobre raios cósmicos. No entanto, somente o coordenador da pesquisa, Cecil Powell, recebeu o Prêmio Nobel de Física,
em 1950. Cinquenta anos depois, este livro reúne artigos que
mostram o percurso seguido pelos trabalhos de física experimental de Lattes e ressaltam a importância de sua contribuição
nessa notável descoberta, que passou a fazer parte da história da
ciência. Tais estudos históricos tornam-se ainda mais relevantes
quando se observa que, em sua autobiografia, o físico inglês Powell não cita o nome de Lattes ao se referir à descoberta do méson pi. Outra matéria de destaque neste livro é a influência de
Lattes na consolidação da pesquisa científica no Brasil, especialmente na formação de instituições voltadas ao desenvolvimento da ciência. É uma justa homenagem a Cesar Lattes.
Físicos, Mésons e Política: A Dinâmica da Ciência
na Sociedade
Ana Maria Ribeiro de Andrade
Hucitec/MAST/CNPq (Tel. 0/xx/11/240-9318)
261 págs., R$ 29,00
O influente livro "A Estrutura das Revoluções Científicas"
(1962), de Thomas Kuhn, deu grande impulso aos estudos de
história social da ciência, insistindo em que a compreensão
adequada do desenvolvimento científico não se resume a uma
história das idéias, mas depende de todo o contexto social, político, econômico etc. em que a ciência é efetivamente produzida.
Sob tal perspectiva, este trabalho acadêmico de Ana Maria Ribeiro de Andrade destaca-se por sua análise ampla e bem documentada do momento em que, logo após a Segunda Guerra
Mundial, físicos brasileiros (como Cesar Lattes) alcançaram
projeção internacional e se tornaram protagonistas do processo
de criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do
Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), no Rio de Janeiro. A
tese da "interação forte" tem como caso exemplar a montagem
da rede da energia atômica no Brasil, na qual se fundiram interesses distintos de cientistas, políticos e militares. A partir deste
livro, foi produzido em vídeo o documentário "Mésons, Prótons, Era uma Vez um Acelerador".
CAETANO ERNESTO PLASTINO
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