Ribeirão perde sua maior personalidade

	Silva Junior/Folhapress
	Caixão com o corpo do ex-jogador Sócrates durante o enterro na tarde de ontem, no cemitério Bom Pastor, em Ribeirão

A morte de Sócrates, ídolo do Corinthians, da seleção brasileira de 1982 e do Botafogo, representa para Ribeirão Preto a perda de uma de suas principais personalidades, talvez a que mais tenha projetado a cidade positivamente no cenário nacional.

O ex-jogador morreu ontem por volta das 4h30 em decorrência de um choque séptico, que ocorre quando bactérias de uma infecção chegam à corrente sanguínea e se espalham pelo corpo. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, na capital.

Por causa da morte, de manhã a prefeitura e o time da Vila Tibério, onde Sócrates começou a carreira no final da década de 1960, decretaram luto oficial de três dias.

Embora não tenha nascido em Ribeirão Preto -Sócrates era natural de Belém (PA)-, o ex-jogador viveu na cidade por mais de 40 anos.

Chegou em 1959 com família ao município, de onde só saiu entre 1978 e 1989 -durante sua carreira profissional de jogador- e no início deste ano, quando decidiu morar na capital paulista.

O irmão Raí resumiu ontem em dois os grandes momentos da vida de Sócrates, que também projetaram Ribeirão pelo pais. "A Copa de 1982, cuja seleção eu acho que foi a melhor de todos os tempos junto com a de 1970, e as Diretas Já, [com] o papel importante que ele [Sócrates] teve", afirmou o irmão, campeão mundial em 1994.

Além de ter começado a carreira no Botafogo, Sócrates estudou medicina na USP (Universidade de São Paulo) local -foi da 21ª turma- e teve em Ribeirão um centro de medicina esportiva na década de 1990.

No período pós-jogador, Sócrates atuou ainda como secretário de Esportes, dirigente esportivo e teve breves passagens como técnico -inclusive no Botafogo.