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Depoimento em CPI volta a citar Dárcy Para representante comercial, prefeita e irmã estão envolvidas no suposto esquema de fraude em casas populares Marta Mobiglia prestou depoimento após habeas corpus preventivo; vereadores veem 'inconsistências'
DE RIBEIRÃO PRETO A representante comercial Marta Aparecida Mobiglia, 45, reafirmou ontem, em depoimento à CPI da Cohab-RP, que a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), e sua irmã Marli Vera tinham envolvimento no suposto esquema de fraude em entrega de moradias populares. A Polícia Civil também investiga o caso, mas em sigilo. Em novembro do ano passado, Marta e a arquiteta Maria Rosa Lopes Ferreira, 57, foram parar na delegacia sob suspeita de estelionato por prometer "furar" sorteios de imóveis mediante pagamentos de até R$ 3.000. As duas falaram à CPI ontem, em sessão que pela primeira vez teve a presença de guardas municipais no salão nobre da Câmara e de policiais no lado externo. Marta, que havia dito à polícia que dinheiro e documentos eram enviados à prefeita por um motoqueiro, repetiu a versão aos vereadores. A prefeita, que nega o envolvimento, teria contratado os serviços de Marta para receber os valores e documentos das pessoas interessadas e, em seguida, enviá-los para a chefe do Executivo, segundo o depoimento. Marta obteve um habeas corpus preventivo para se negar a dar respostas que pudessem incriminá-la. Maria Rosa também afirmou à comissão as mesmas informações que prestou à polícia, no final de 2011. Os depoimentos de Marta e Maria Rosa, no entanto, não convenceram os vereadores, nem os da oposição. Para os parlamentares, as declarações de Marta foram "incoerentes" em diversos momentos e não há, pelo depoimento dela, meios de se comprovar o vínculo com a prefeita de Ribeirão. Um dos pontos que causou estranheza a eles foi o fato de Marta dizer que, a não ser no período da campanha eleitoral de 2008, nunca manteve contato pessoal com Dárcy e Marli. A "contratação", segundo ela, foi por telefone, assim como outras tratativas. Ela afirmou também não conhecer nenhum dos cinco mototaxistas que pegavam os valores e documentos para entregar à prefeita. "Chamava de 'psiu' mesmo", afirmou ela em determinado momento. Após a insistência de Samuel Zanferdini (PMDB), ela disse que um deles se chamava Júlio. "As afirmações são muito incoerentes e, quando havia uma dúvida maior, ela preferia não responder", disse o petista Jorge Parada. Já o tucano Bertinho Scandiuzzi disse que a convocação da prefeita é necessária. Dárcy afirma que não conhece as duas e que elas envolveram políticos no caso para se livrar da acusação de estelionato. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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